Quinta, 28 Março 2024

Eleição do Sindiupes segue tensa e indefinida

Eleição do Sindiupes segue tensa e indefinida
 
A eleição para a nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Estado (Sindiupes) para o triênio 2015-2018 seguiu tensa nesta quinta-feira (19) com denúncias de falta de urnas fixas na Grande Vitória, impedimentos de acompanhar o pleito e intervenção a Polícia Militar.



A eleição conta com duas chapas concorrentes, sendo a Chapa 1 – A Base Luta, a Base Assume, de oposição e a Chapa 2 – Sindiupes com Você, pra Você, de situação, formada por diretores da entidade. Integrantes da Chapa 1 acusam a atual diretoria de impedir que a concorrente acompanhe o processo eleitoral.



Na sede do sindicato, no Centro de Vitória, um cordão de seguranças patrimoniais impediram, durante todo o dia, a entrada de integrantes da Chapa 1. À tarde, a PM foi acionada e mediou com a atual diretoria a entrada de um representante da chapa de oposição no prédio do Sindiupes que tentou negociar com a diretoria para que as urnas móveis circulassem nas escolas, mas não teve sucesso.



Durante o pleito, que teve início nesta quarta-feira (18), diversas urnas deixaram de ser enviadas aos locais de votação e a Chapa 1 denuncia que as urnas que não foram enviadas são justamente dos locais em que a oposição teria maior número de votos. A Superintendência Regional de Educação (SRE) de Vitória, por exemplo, deveria ter recebido urnas nos dois dias de votação, mas elas não foram enviadas.



Os problemas no segundo dia do pleito começaram pela manhã, no local de saída das urnas, na Praça dos Namorados, em Vitória. Durante a liberação das urnas, uma integrante da Chapa 1 cobrou que as urnas itinerantes circulassem e, quando foi insistir para a liberação com um diretor que estava em um carro, ele abriu a porta com força, arremessando a integrante contra uma moto estacionada. Depois do episódio, ela foi à delegacia registrar ocorrência.



A apuração dos votos da Grande Vitória vai ser realizada no Sesc de Guarapari e os integrantes da chapa de oposição devem ir para o local na tentativa de acompanhar o processo. No entanto, não sabem se vão ser autorizados a entrar. Ainda não há previsão sobre o horário de conclusão da apuração dos votos, mas a votação encerra com o fechamento das urnas itinerantes,  às 21 horas.



A Comissão Eleitoral não tem nenhum integrante da chapa concorrente, segundo o colegiado, pela forma como foi criada, na assembleia da categoria. Neste ano, a assembleia foi realizada em Nova Venécia, na região noroeste, com edital publicado em apenas um jornal, durante o período de recesso escolar , sem divulgação em meios de comunicação do sindicato e sem envio de cartazes para as escolas.



A Chapa 2, de situação, composta por membros da atual gestão, tem nos quadros membros da corrente Articulação Sindical (ArtSind), que é ligada ao deputado estadual Luiz Carlos Nunes (PT), que se licenciou da presidência da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para assumir o mandato deixando na presidência da entidade a vice, Noêmia Simonassi, que também compõe a Chapa 2 do Sindiupes. Atualmente, o Sindiupes é filiado à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), um braço da CUT.



Observadores apontam que a base da categoria tem ressalvas quanto a Chapa 2, que esteve ausente das lutas em momentos importantes do atual governo Paulo Hartung (PMDB), como o combate ao Escola Viva – que institui o turno único em escolas do ensino médio da rede estadual; ao fechamento de turmas da rede estadual; e a luta dos servidores pela revisão anual dos vencimentos.



Ressaltam, ainda, que é interesse do atual governo manter o sindicato atrelado à administração, como vem acontecendo, uma vez que se a entidade permanecer “às boas” com o governo esvazia, assim, o movimento dos servidores públicos. Caso a Chapa 1 vença a eleição, serão três anos de enfrentamento ao atual governo e a retomada da pauta histórica de reivindicações dos professores.



A chapa de situação tem lastro principalmente entre os aposentados. A atual diretoria, inclusive, é acusada de ter aplicado um golpe na assembleia geral de São Mateus, no norte do Estado, realizada em 2014, que modificou o estatuto da entidade, permitindo a reeleição indefinidamente.



Lutas



A pauta de combate às perdas da categoria foi encabeçada pelos próprios alunos da rede estadual em diversos momentos. Foram os estudantes os primeiros a protestarem contra o Escola Viva e contra o fechamento de turmas. Em São Mateus (norte do Estado), por exemplo, os alunos chegaram a acampar na Superintendência Regional de Educação (SRE) no município em protesto contra o fechamento de turmas em quatro escolas do município. No caso do Escola Viva, o Sindiupes chegou a apresentar certa oposição no primeiro momento de apresentação da proposta, alegando que turno integral no ensino médio não seria prioritário para a educação, mas não apresentou oposição à aprovação do Projeto de Lei Complementar  4/2015 pela Assembleia Legislativa, que instituiu o projeto.



Na questão salarial, a atual direção do Sindiupes não permaneceu no Fórum das Entidades do Serviço Público (Fespes) que promoveu diversas assembleias setoriais e atos públicos cobrando do atual governo a revisão anual dos salários; a definição de uma data-base; o reajuste do auxílio-alimentação; e a negociação permanente com os servidores, respeitando as demandas de cada categoria.

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