Sexta, 29 Março 2024

Empresas da construção civil negociam diretamente com os trabalhadores em greve

Em protesto contra a postura autoritária do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon/ES), que não dialoga com os operários da construção civil e montagem, em greve desde o dia 30 de abril, dezenas de empresas do ramo estão negociando diretamente com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Espírito Santo (Sintraconst/ES), para respeitar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).



Mais de trinta empresas já entraram em acordo com o Sintraconst – desde o início da greve até a última quinta-feira (10) – decidindo manter as cláusulas da CCT e conceder reajuste de 2% nos salários.



Em comunicado nesta sexta-feira (11), o sindicato dos trabalhadores avalia não vislumbrar um acordo que possa pôr fim ao movimento grevista em um cenário próximo.



Na visão dos sindicalistas, o Sinduscon quer “acabar com garantias contidas na Convenção Coletiva, como a figura do representante sindical, o café da manhã, a Participação nos Resultados (PR), a remuneração de horas extras, o aviso prévio indenizado, com o cartão de compras da categoria e o plano de saúde”, afirmam.



Outra manobra empenhada pelo sindicato patronal, denunciam os trabalhadores, é a modificação da classificação profissional constante da Convenção Coletiva de Trabalho, com o fim das funções de Oficial Pleno, Oficial Polivalente, Ajudante Prático na construção civil e o fim de toda classificação na montagem industrial.



O objetivo final, analisa o presidente do Sintraconst/ES, Paulo César Borba Peres, o Carioca, é acabar com a Convenção Coletiva. “Foram décadas de lutas da categoria para se chegar a uma CCT que garantisse esses direitos e agora eles querem acabar com tudo, inclusive com a proposta de extinguir a classificação profissional apenas para rebaixar salários”, protesta.



A postura autoritária do Sinduscon, no entanto, tem se mostrado um tiro no pé, avalia o sindicalista, tendo em vista as negociações que as empresas têm feito diretamente com os trabalhadores, além de gerar o crescimento do movimento grevista em todo o Estado.



O assessor de comunicação do Sintraconst/ES, Edilson Lenke, ressalta que uma preocupação maior, no momento, é com os trabalhadores do interior, visto que os acordos amigáveis têm sido celebrados fundamentalmente na Grande Vitória, enquanto as empresas fora da região metropolitana continuam sob comando do Sinduscon.



A próxima assembleia da categoria será nesta terça-feira (15), às 11h, no auditório do Sintraconst/ES, quando serão definidos os novos rumos da greve. 

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