Sábado, 20 Abril 2024

Ocupa Sedu: depois de negociação, professores garantem a saída de estudantes do prédio

Ocupa Sedu: depois de negociação, professores garantem a saída de estudantes do prédio
Depois de pernoitarem na sede da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), na Praia do Suá, em Vitoria, na manhã desta terça-feira (20) os professores que ocuparam o prédio negociaram com a Polícia Militar a desocupação. Os professores se instalaram no prédio da secretaria na tarde dessa segunda-feira (19), com barracas, e esperavam serem recebidos pelo secretário de Estado de Educação, Klinger Marcos Barbosa Alves, o que não aconteceu. 
 
De acordo com o professor de Sociologia, Antônio Barbosa, do Comando de Greve, os professores estão se organizando para sair do prédio, mas a categoria quer sair pela porta da frente, enquanto a polícia exige que os professores saiam pelo portão dos fundos. “Queremos sair pelo portão da frente até por uma questão simbólica, e não pelos fundos como se estivéssemos sendo expulsos”, afirma Barbosa. 
 
Depois da negociação com os policiais militares, os professores conseguiram sair pela porta da frente do edifício, mas ainda permaneciam na área da Secretaria para resguardar os alunos que permaneciam dentro do prédio. Dois professores fizeram a mediação da negociação entre os alunos e os policiais militares, e os estudantes aceitaram deixar o prédio por volta de meio-dia, quando o ato público realizado em frente à Sedu também terminou.
 
Enquanto negociam a saída, um ato público em solidariedade aos professores que ocuparam a Sedu é realizado em frente à secretaria, na Avenida César Hilal. Os professores e estudantes que realizam o ato ocupam duas das três faixas da via. 
 
Durante a noite, os professores que participavam da ocupação receberam alimentos de familiares e amigos, solidários ao movimento. O professor Antônio salienta que policiais militares permaneceram com os professores durante toda a noite e que o diálogo com a PM foi tranquilo. 
 
Dentre as principais reivindicações dos professores estão a recomposição salarial, eleição direta para diretor de escola e revisão do plano de cargos e salários. Para os professores, as negociações não avançam porque o governo passou a apelar para a Justiça em vez de buscar uma saída negociada para a greve, que já dura mais de 30 dias. 
 
A manobra do governo de judicializar o impasse em vez de insistir no diálogo, dificultou as negociações e aumentou a pressão sobre os professores. A Justiça considerou a paralisação ilegal e impôs sanções à categoria: uma multa R$ 630 mil ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sindiupes), caso as aulas não sejam retomadas, além do corte do ponto dos professores que permanecerem em greve.
 
O governo alega ainda estar à espera do posicionamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sobre a possibilidade de conceder a recomposição das perdas salariais de 5,6%. No entanto, a lei eleitoral diz, apenas, que não se pode conceder reajuste acima do limite da inflação seis meses antes das eleições. O índice pleiteado pelos professores está abaixo do limite.
 
Ainda na tarde desta terça-feira, está marcado um ato público em frente ao TRE, na Enseada do Suá, cobrando uma resposta sobre o questionamento feito pelo governo a respeito da possibilidade da concessão de recomposição salarial à categoria.
 
Para esta quarta-feira (21), também está confirmada uma nova assembleia geral dos professores da rede estadual, em que deve ser votada a continuidade ou não da greve. Na sexta-feira (16), o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sindiupes), Rodrigo Agapito, disse que o sindicato vai tentar obter, pelo menos, um avanço concreto para os professores. Ele afirmou, ainda, que resposta concreta é dizer se vai atender a alguma reivindicação, e não formar grupo de trabalho, para analisar a possibilidade de concessão de qualquer benefício.
 
 

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