Sábado, 20 Abril 2024

Oposição denuncia irregularidades na eleição no Sindiupes

Na manhã desta quarta-feira (18) teve início a eleição para a nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado (Sindiupes) para o triênio 2015-2018. O pleito tem duas chapas concorrentes, sendo Chapa 1 – A Base Luta, a Base Assume, de oposição e a Chapa 2 – Sindiupes com Você, pra Você, de situação, formada por diretores da entidade.



A eleição, no entanto, já iniciou com denúncias de irregularidades que estão sendo catalogadas pela Chapa 1, que vai questionar posteriormente. De acordo com membros da chapa, algumas urnas chegaram atrasadas, locais de votação foram mudados de última hora e há locais que não há lista de votantes.



Além disso, existe a denúncia que, no interior do Estado, as urnas itinerantes estão sendo levadas às casas dos professores aposentados e até mesmo a hospitais para registro de votos, o que é irregular.



Na Grande Vitória, um caso grave de irregularidade foi registrado e será questionado. Em um local de votação, foi identificado que uma presidente de mesa não é sindicalizada.



A chapa de oposição acredita que a mesária tenha sido colocada na urna de propósito, para que os votos sejam impugnados.  Por isso, os votantes estão sendo orientados a usarem outras urnas fixas para votar, garantindo a validação dos votos.



Na sede do Sindiupes, no Centro de Vitória, a Chapa 1 denunciou que foram colocados seguranças que não deixam os concorrentes subirem ao prédio para acompanhar a votação.



Concorrentes



A Chapa 1 é formada por integrantes que já estiveram na direção do sindicato e se alinham com a filosofia do Partido Socialismo e Liberdade (Psol). A principal bandeira da chapa é resgatar o Sindiupes para a luta, principalmente reunindo a base.



Já a Chapa 2, composta por membros da atual gestão, tem nos quadros membros da corrente Articulação Sindical (ArtSind), que é ligada ao deputado estadual Luiz Carlos Nunes (PT), que se licenciou da presidência da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para assumir o mandato deixando na presidência da entidade a vice, Noêmia Simonassi, que também compõe a Chapa 2 do Sindiupes. Atualmente, o Sindiupes é filiado à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), um braço da CUT.



Observadores apontam que a base da categoria tem ressalvas quanto a Chapa 2, que esteve ausente das lutas em momentos importantes do atual governo Paulo Hartung (PMDB), como o combate ao Escola Viva – que institui o turno único em escolas do ensino médio da rede estadual; ao fechamento de turmas da rede estadual; e a luta dos professores pela revisão anual dos vencimentos.



A chapa de situação tem lastro principalmente entre os aposentados. A atual diretoria, inclusive, é acusada de ter aplicado um golpe na assembleia geral de São Mateus, no norte do Estado, realizada em 2014, que modificou o estatuto da entidade, permitindo a reeleição indefinidamente.



Em 2015, houve nova denuncia de tentativa de golpe. Neste ano, a assembleia foi realizada em Nova Venécia, na região noroeste, com edital publicado em apenas um jornal, durante o período de recesso escolar , sem divulgação em meios de comunicação do sindicato e sem envio de cartazes para as escolas. A assembleia foi realizada para apresentação da prestação de contas da atual gestão e para a formação da comissão eleitoral.



Assim como aconteceu em 2014, a entidade alegou que não haveria transporte para que os associados fossem até Nova Venécia, no entanto, um grupo de sindicalizados – na maioria aposentados – chegou ao local em ônibus viabilizados pela entidade.



Lutas



A pauta de combate às perdas da categoria foi encabeçada pelos próprios alunos da rede estadual em diversos momentos. Foram os estudantes os primeiros a protestarem contra o Escola Viva e contra o fechamento de turmas. Em São Mateus (norte do Estado), por exemplo, os alunos chegaram a acampar na Superintendência Regional de Educação (SRE) no município em protesto contra o fechamento de turmas em quatro escolas do município. No caso do Escola Viva, o Sindiupes chegou a apresentar certa oposição no primeiro momento de apresentação da proposta, alegando que turno integral no ensino médio não seria prioritário para a educação, mas não apresentou oposição à aprovação do Projeto de Lei Complementar  4/2015 pela Assembleia Legislativa, que instituiu o projeto.



Na questão salarial, a atual direção do Sindiupes não permaneceu no Fórum das Entidades do Serviço Público (Fespes) que promoveu diversas assembleias setoriais e atos públicos cobrando do atual governo a revisão anual dos salários; a definição de uma data-base; o reajuste do auxílio-alimentação; e a negociação permanente com os servidores, respeitando as demandas de cada categoria.

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