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Sindicatos do Estado prezam pela manutenção de diretorias

A organização sindical no País foi muito fortalecida a partir dos anos 1980, com o fim da ditadura militar, como uma resistência ao conservadorismo. A Constituição Federal garantiu a liberdade sindical e as entidades passaram a ser o reduto de trabalhadores que confiam nas organizações para a conquista de direitos perante os empregadores.

No entanto, o as entidades sindicais, no decorrer dos anos 1990, passaram a operar como empresas e, como não são sujeitas à interferências de órgãos governamentais nem sempre agem com transparência para com os trabalhadores que estão debaixo do guarda-chuva.

O jornal O Globo realiza durante esta semana uma série de reportagens sobre os principais problemas que assolam os sindicatos do País. Um destes problemas, apontados pelas reportagens, é a perpetuação dos mesmos grupos nas direções dos sindicatos.

No Estado há diversos casos em que as diretorias se mantêm indefinidamente, mandato após mandato. Exemplos dessa manutenção é o Sindicato dos Empregados no Comércio do Estado (Sindicomerciários-ES) e  Sindicato dos Ferroviários dos Estados do Espírito Santo e Minas Gerais (Sindfer ES/MG). Nas duas entidades, a diretoria está há cerca de 20 anos no poder.

Nos meios sindicais, comenta-se que, apesar de bases diferentes, os sindicatos atuais têm um objetivo único, que é se manter à frente das entidades. O Sindicomerciários, o Sindicato dos Metalúrgicos do Estado (Sindimetal-ES) e o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Estado (Sintraconst-ES) são a base da Central Única dos Trabalhadores do Estado (CUT-ES). Essas fontes apontam que as entidades funcionam como empresas, por isso a falta de transparência.

Este distanciamento do trabalhador e aproximação das empresas faz com que os sindicatos se aproximem cada vez mais da direita e se afastem do trabalhador. Até as ultimas eleições, os sindicatos de maior vulto no estado – como Sintraconst, Sindimetal, Sindfer e Sindicomerciários – tiveram chapa única, servindo os pleitos apenas para reconduzir à diretoria aqueles que há décadas já ocupam os postos. No entanto, este cenário pode mudar, caso não haja uma mudança de mentalidade sobre a manutenção de poder nestas entidades.

A fragilização das relações entre trabalhadores e sindicatos acabam por fazer surgir chapas concorrentes, ligadas e bancadas pelas empresas, que podem tomar o poder e fazer acabar um dos últimos redutos de resistência ao conservadorismo.

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