O que Callegari reserva, afinal, para o jogo complicado do Senado? Agora veremos…

O deputado estadual Callegari recebeu a esperada autorização do Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-ES) para deixar o Partido Liberal (PL) sem risco de perder o mandato. A saída foi acordada com o senador Magno Malta, e Callegari já fechou com o Democracia Cristã (DC). A liberação vai permitir que ele entre de vez nas movimentações em torno do projeto de disputar o Senado, inclusive com sua festa de filiação e negociações eleitorais como “comandante” do novo partido. Callegari já atraiu o deputado estadual Zé Preto, que disputou a Prefeitura de Guarapari pelo PP, e circula com ele em agendas políticas. As amarrações no campo do Senado, com duas vagas abertas, seguem, porém, emboladas, o que inclui a direita bolsonarista e conservadora, sua área de votos. A candidatura sacramentada do PL de Maguinha Malta, filha de Magno, motivo de o deputado ter buscado outra legenda, é um dos nomes que avançam sob o mesmo eleitorado. O deputado federal Evair de Melo, da superfederação União Progressista (UP), é mais uma peça que se move, e ainda tem o Novo, que insiste na candidatura do vereador Leonardo Monjardim. Isso só para citar os perfis mais próximos do deputado. No atual cenário e cotações, Callegari sairia para a disputa como candidato avulso e com outros obstáculos pela frente: uma campanha majoritária sem recurso e nada de tempo de TV e rádio. O que a estratégia do deputado reserva, afinal, para esse jogo complicado? É a pergunta da vez…
‘Time’
A meta ousada de Callegari vai além: ele tem planos de conseguir apresentar chapas proporcionais, o que também não é simples, tratando-se de um partido sem força no Estado. Zé Preto, hoje, seria o principal nome e puxador de votos à Assembleia. Quem mais chegará ao DC?
‘Grande evento’
Por falar em Monjardim, em recente discurso no plenário da Câmara de Vitória, ele disse que seu projeto “está cada vez mais forte”; que o Novo vai realizar um grande evento até novembro, com a presença de lideranças nacionais para lançar sua candidatura; e que a Câmara estará unida em torno desse palanque em 2026.
Registrado
Ele disse responder, assim, à coluna publicada aqui anteriormente, que apontou perda de força em sua articulação com Maguinha Malta, como dupla na disputa, e o festival de confetes que passaram a ser lançados pelos vereadores em cima do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), quase que diariamente, depois que ele se colocou no campo do Senado. Está aí o registro, mas há controvérsias – sempre há!
Vitrine
O governador Renato Casagrande (PSB) e o vice, Ricardo Ferraço (MDB), seguem inaugurando Totens de Segurança, ação que tem apelo popular e…voto! Nesta terça-feira (7), voltaram a Serra, desta vez nos bairros Jardim Limoeiro e Parque Residencial Laranjeiras. Até agora são 40 torres na Grande Vitória, sendo oito no município, que é terreno político amigo, administrado por Weverson Meireles, apadrinhado do ex-prefeito Sergio Vidigal, ambos do PDT.
No topo
A aprovação de um projeto que beneficia os auditores fiscais nesta terça-feira (7) na Assembleia Legislativa, em tramitação urgente e sem delongas, logo no primeiro dia da deflagração de greve geral dos servidores públicos, que esperam há meses respostas sobre a demanda de reestruturação das carreiras, acabou expondo mais uma vez a discrepância entre o topo da pirâmide e a base do funcionalismo no Estado.
No topo II
Os auditores seguem com uma lista de demandas, como apontado pela deputada estadual Janete de Sá (PSB), ligada à categoria, mas são contemplados com uma frequência imbatível em relação aos demais servidores. Lembra até o ditado “chorando de barriga cheia”.
No topo III
No atual projeto, a categoria recebeu aumento de 8%, valendo a partir de 1º de julho deste ano. Os salários saem de R$ 20,6 mil para o início de carreira para R$ 22,3 mil, e de R$ 33,8 mil para R$ 36,5 mil para o final. Também foram efetivadas mudanças – para melhor, claro! – no pagamento da bonificação por desempenho.
Ameaça
O deputado Alcântaro Filho (Republicanos), que tem propagado pelo Estado a existência de um “Movimento Exú nas Escolas”, sua nova bandeira política para falar com seu eleitorado evangélico, ameaçou processar o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sindiupes), em discurso em plenário nesta terça. O motivo foi a uma nota de solidariedade ao professor Walace Linhares, de Conceição da Barra, no norte do Estado.
Investigação
O caso foi contado aqui em Século Diário pela minha parceira de Redação, Mariah Friedrich, e envolve uma reunião convocada por Alcântaro com pais de alunos contra o trabalho realizado pelo professor, que já tinha sido exposto nas redes sociais. O profissional pediu afastamento e mudança de escola à Secretaria Municipal de Educação. Antes, já tinha acionado o Ministério Público Estadual (MPES) e um inquérito foi aberto na Polícia Civil.
‘Ofensiva’
A nota aponta que o professor tem sido alvo de “inaceitáveis atos de racismo, intolerância religiosa e assédio moral” e fala de uma “ofensiva” liderada por Alcântaro e de “perseguição”. “(…) essa parcela ultraconservadora da sociedade, movida pelo desconhecimento da legislação, preconceito e discurso de ódio, é incapaz de compreender a diversidade de crenças e culturas, e de forma criminosa, insiste em perseguir, amordaçar e calar professores (…)”, diz o Sindiupes.
‘Fantasia’
Alcântaro afirma que só não vai processar o sindicato com a publicação de uma outra nota, de retratação. E, ainda, que faria o mesmo com a deputada Camila Valadão (Psol), que há poucos dias rebateu duramente as ações do deputado, mas ela tem imunidade parlamentar. Camila chamou o “Movimento Exú nas Escolas” de “uma fantasia, resultado do racismo religioso, e que tenta demonizar as religiões de matrizes africanas”.
Nas redes
“O mesmo prefeito autoritário que tenta tomar celular de gestante e bloqueia quem o cobra nas redes, agora quer atacar a educação. Pais da EMEF Altair Siqueira Costa, em Jardim Limoeiro, denunciam os cortes e o descaso”. Pablo Muribeca, deputado estadual pelo Republicanos, com a mira voltada para Weverson Meireles (PDT) na Serra.