Rigoni e Erick Musso: em 2022, novo bloco frustrado e revés eleitoral. E no próximo ano?

Em 2022, o então deputado federal Felipe Rigoni (União) e o presidente da Assembleia Legislativa Erick Musso (Republicanos) ensaiaram consolidar um novo bloco político no Espírito Santo, com acenos para projetos a longo prazo. Não vingou! Rigoni, primeiro, disse que seria candidato ao governo, mas não conseguiu se viabilizar, e resolveu tentar a reeleição. De novo, revés: perdeu a cadeira! Erick também se articulou para o Palácio Anchieta, sem sucesso, e decidiu encarar o Senado. Não levou nas urnas e ficou em terceiro lugar, distante da briga principal que marcou a disputa – Magno Malta (PL) versus Rose de Freitas (MDB). Com todos os planos frustrados, cada um buscou sua sobrevivência política, e bem rápido! Rigoni, depois de disparar críticas ao governador Renato Casagrande (PSB), correu para os braços dele e garantiu o comando da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, para desespero de ambientalistas e movimentos sociais. Erick ficou do lado adversário, de Carlos Manato (PL), e, passado o pleito, assumiu a direção da executiva estadual do Republicanos – chegou a ser nomeado este ano na gestão do aliado em Vitória, Lorenzo Pazolini, porém, por poucos meses. Vieram a galope as negociações do próximo ano, e os planos dos dois para se realocarem no mercado, segundo se comenta nas rodas políticas, é o mesmo, a Câmara Federal, em campos totalmente opostos, e num cenário que já se desenha acirrado. Se assim for…a pergunta: alguém leva a eleição e afasta de vez a “sombra” de 2022? Apostas e movimentações abertas!
Sem poder
Ainda no União, onde perdeu poder de influência após a superfederação com o PP, Rigoni deve pousar em outra legenda para firmar sua candidatura, com as principais cotações recaindo sobre o Podemos, uma das principais pernas da aliança com Casagrande. O União, como se sabe, vai ficar nas mãos do presidente da Assembleia, Marcelo Santos.
Na mira
Em 2022, Rigoni alcançou 63,3 mil votos, mas ficou de fora. Como dirigente de partido, ele mesmo montou uma chapa pouco expressiva. Quatro anos antes, o ex-deputado havia sido o segundo mais votado, com 84,4 mil. À frente da pasta de Meio Ambiente, acumula polêmicas e, inclusive, é alvo de pedido de destituição do cargo. Questões capazes de respingar em uma candidatura? É o que veremos…
Posições
Erick, comparando com 2018, quando teve uma reeleição sofrível (21,2 mil votos), ampliou sua votação, mas ainda não compatível com uma disputa majoritária. O ex-deputado estadual fechou as urnas com 17,25%, o equivalente a 337,6 mil votos. Para se ter ideia, Magno atingiu 41,95% ou 821,1 mil e Rose 38,17% ou 747,1 mil.
Fichas do jogo
No atual cenário, Erick tem rodado o Estado ao lado de Pazolini, na estratégia de demarcar amplo território, e se movimenta para assumir a federação entre o Republicanos e o MDB, em fase de negociação. Por aqui, como já analisado na coluna, essa aliança causará um nó no tabuleiro, por razões óbvias: as legendas abrigam o vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB), e o prefeito de Vitória.
Lá e cá
O vereador de Cariacica Cesar Lucas, do PV, aliado do prefeito Euclério Sampaio (MDB), circula há alguns dias por outras áreas políticas. Ele se reuniu nesta quarta-feira (16) com a dupla Pazolini e Erick, e, na última semana, com o ex-governador Paulo Hartung (PSD).
Campo inimigo
Euclério é um dos principais cabos eleitorais de Ricardo Ferraço, o nome da sucessão de Casagrande. Justamente, o grupo que Pazolini e Hartung querem atropelar nas eleições.
Rachas
Cesar Lucas já presidiu a Câmara de Cariacica e ficou no centro da polêmica estabelecida na eleição de 2024 no município, quando parte da federação Brasil da Esperança – que une PV, PT e PcdoB – defendeu apoio a Euclério, enquanto o PT, via Nacional, lançou a professora Célia Tavares.
Holofotes
Assim como no plenário da Assembleia, os vereadores de Vitória começam a “desovar” insatisfações. Após vários discursos nas entrelinhas, sem citar nomes, Dárcio Bracarense (PL) acabou logo com o mistério: o alvo era a ex-vereadora e ex-secretária de Direitos Humanos, Neuzinha de Oliveira (PSDB), hoje à frente da Associação de Moradores Consolação e Gurigica. A contar pelas redes sociais, ela de fato está em todas!
Nas redes
“É inaceitável a forma como tem ocorrido votações da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e do próprio Orçamento, com prazos mínimos para apresentação de emendas e sem qualquer debate em plenário. 24 horas para apresentação de emendas de todos os mandatos, que sequer foram aceitas, é pressupor que a peça vinda do governo estadual é perfeita, algo que sabemos ser impossível (…)”. Iriny Lopes, deputada estadual pelo PT.