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Cada um na sua

A preço de hoje, Pazolini não atende às exigências do PL/Magno para uma aliança

Tati Beling-Ales/Senado

O evento religioso-eleitoral realizado pelo senador Magno Malta (PL) em Vitória na noite dessa segunda-feira (22), com a presença de três filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçou os recentes movimentos internos em defesa de um palanque próprio para a disputa majoritária de 2026 no Espírito Santo. Falas nesse sentido vieram tanto do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), escalado recentemente como presidenciável do partido, como do senador Magno Malta, que dá os comandos por aqui no Estado. Não foram citados os nomes possíveis, mas ficou clara a meta de erguer um palanque para Flávio e, também, a confirmação do esfriamento das negociações iniciadas com o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que pretendia contar como principais pernas de sua aliança, com o PL e o PSD, fechando assim o espaço da oposição ao grupo do governador Renato Casagrande (PSB). O segundo ponto já vinha sendo sinalizado em posturas de parlamentares do PL, e foi incrementado por Magno agora, como mostram declarações em vídeos publicados nas redes sociais. O senador colocou como exigência indiscutível para uma aliança a defesa clara e intransigente das bandeiras bolsonaristas, que incluem os protestos contra a prisão de Bolsonaro, a guerra contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – em primeiro lugar, Alexandre de Moraes -, a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, ações contra o aborto e a ideologia de gênero, e por aí vai! Nas palavras de Magno, “ninguém vai surfar na onda Bolsonaro”, e o PL vai caminhar com quem sempre esteve junto. Quer dizer, a preço de hoje, Pazolini não atende aos pré-requisitos. Dois palanques de oposição? A conferir!

Esquivas

O prefeito de Vitória, não é novidade, sempre evitou firmar posição, embora seja de direita. No decorrer deste ano, em meio às articulações, fez alguns acenos públicos para os bolsonaristas, como em relação à anistia, mas muito aquém do que esperam as lideranças do PL. Essa falta de posição é, inclusive, motivo de crítica constante do vereador Dárcio Bracarense na Câmara Municipal.

Esquivas II

Em meados deste ano, com os protestos convocados pelos bolsonaristas contra a anistia e “fora Moraes, fora Lula”, que voltaram a ocupar a Terceira Ponte e as ruas de Vila Velha, já ecoavam cobranças para que políticos que se colocam como direita se posicionassem em favor das bandeiras bolsonaristas. Pazolini foi a convidado a participar, e nada! Quem aparecia era o presidente estadual do Republicanos, Erick Musso.

Opção?

Os comentários mais recentes em favor de um palanque próprio, em que apareceram o nome do ex-prefeito de Linhares (norte do Estado), Guerino Zanon (PSD), não são confirmados por Magno como articulação em andamento. Ele diz que não fez ainda essa conversa, mas não nega que pode fazer, assim como aconteceu em 2022, quando plano semelhante não vingou.

Opção II?

Também há, no partido, quem defenda os nomes de quadros já filiados. Mas quem? Pensando em nomes com votações elevadas em 2022, têm os deputados Capitão Assumção, segundo mais votado à Assembleia e que já representou palanques do PL em eleições, inclusive majoritárias. O deputado federal Gilvan da Federal também foi o segundo mais votado, mas está na corda bamba, tentando reverter uma inelegibilidade.

Opção III?

E Magno Malta? O senador integra o projeto prioritário do PL em Brasília, que é ampliar sua bancada e o enfrentamento ao STF, e já repetiu inúmeras vezes que quer ocupar o espaço ao lado da filha, Maguinha Malta, que tem a vaga da disputa ao Senado garantida na chapa. Também soltou que, na falta de um nome para o governo, poderia encarar a empreitada, mas…não é o que parece!

Dupla

Na hipótese de o PL fechar a vice com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do Novo, como também foi falado aqui no Estado, poderia ser retomada a dupla com o vereador de Vitória, Leonardo Monjardim, que há meses se coloca na disputa. Ele, Maguinha e Magno fizeram reuniões políticas tempos atrás, o que depois também esfriou.

Amarrado

Mas tem, também, o deputado federal Evair de Melo, hoje no PP, que já chegou a ser citado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como possível candidato ao Senado com seu apoio e, nos últimos meses, têm circulado o Estado junto com Pazolini. Acontece que seu partido formou aliança com o União Brasil, e está hoje no arco de alianças de Casagrande. Para levar adiante esse projeto, teria que trocar de legenda.

Nem tão simples

Na hipótese de realmente sair com “palanque completo”, como mencionou Flávio Bolsonaro, resta saber com quem o PL conseguiria coligar, a não ser os nanicos de sempre. Essa receita não tem gerado resultados positivos para o partido no Estado, como ocorreu novamente na eleição municipal de 2024. O PL apresentou 50 candidatos a prefeituras, e elegeu apenas cinco.

Nas redes

“(…) Hoje eu te entrego, mais uma vez, nas mãos d’Aquele que te chamou. Coloco tua vida à disposição do Espírito Santo e do Brasil. Uma missão que não é fácil. Uma batalha árdua, dolorosa e, muitas vezes, solitária. Mas necessária. Porque há um povo que clama por liberdade, por verdade e por esperança. Nenhum pai faz isso sem dor no peito. Mas também nenhum pai que teme a Deus impede um chamado quando Ele vem do céu (…)”. Magno Malta e o discurso para justificar a candidatura da filha.

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