Quarta, 08 Mai 2024

De cima pra baixo

mansur_dois_tatibeling_Ales Tati Beling/lAles
Tati Beling/lAles

A saída do PSDB do arco de apoio do prefeito de Marataízes (sul do Estado), Tininho Batista (PDT), candidato à reeleição, rendeu "fala de repúdio" do deputado estadual Marcos Mansur no plenário da Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (24) e sua renúncia da liderança da legenda na Casa. Usando frases como "tem que ser homem quando se dá a palavra" e "atitude desrespeitosa, antidemocrática, antirrepublicana e da velha política", referindo-se ao presidente nacional do ninho tucano, Bruno Araújo, Mansur disse que o diretório municipal foi surpreendido, na semana passada, com "uma virada de mesa" da legenda no município, depois de cinco meses trabalhando na campanha de Tininho com aval da executiva estadual, capitaneada pelo também deputado Vandinho Leite. A interferência, segundo ele, atingiu ainda os quatro vereadores do PSDB, que "neste momento estão abrindo mão de suas reeleições, o que vai cair na conta de quem está manipulando isso por trás". No embalo, criticou as siglas políticas, que só existem para "pegar dinheiro do fundo partidário", defendeu as candidaturas avulsas, e destacou que "seu espaço no PSDB, a consideração, creio que não têm mais, reduzindo cada vez mais a possibilidade de continuar no partido". Apesar da decisão da Nacional, Mansur avisou que "não falta com a palavra" e mantém seu apoio a Tininho, e que a população da Marataízes "vai saber da verdade e dar a resposta na hora certa, no dia certo". O deputado não cita outros nomes, mas também nem precisaria. No município, não é novidade alguma, dois grupos já estão em guerra eleitoral há meses, com direito a ações judiciais: do prefeito Tininho e da deputada federal Norma Ayub (DEM), sua adversária no pleito de novembro.

Cutucada
Minutos depois do discurso de Marcos Mansur, foi a vez do deputado Theodorico Ferraço (DEM), marido de Norma, discursar. Referiu-se ao trabalho da deputada em Brasília, como tem feito constantemente, mas tratou de outro assunto, na área da saúde. Dr. Hércules veio em seguida: "vou andar com Norma lá em Marataízes".

Bancada tucana
Os vereadores do PSDB na Câmara que migraram para o partido já dentro dessa articulação com o palanque de Tininho, como disse Mansur, são Ademilton Rodovalho Costa (Irmão Milton), eleito pelo DEM; André Luiz Silva Teixeira (Andrezinho), pelo PRP; Carlos de Freitas Fernandes, pelo PCdoB; e Willian de Souza Duarte, pelo MDB.

Repeteco
A intervenção da Nacional em Marataízes é o que os bastidores sinalizam que deve ocorrer também em Vitória, garantindo a candidatura do ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas pelo PSDB. Como fez no momento da filiação do ex-atual tucano, diante da resistência do diretório municipal, que tem na presidência a vereadora Neuzinha de Oliveira, também pré-candidata.

Repeteco II
O DEM de Theodorico e Norma, aliás, estariam nessa mesa de negociação com Luiz Paulo, que assinou ainda uma "Aliança Cívica por Vitória", unindo a Rede, do vereador Roberto Martins, e o PP. Por outro lado, no DEM, corre em paralelo o presidente da Câmara, Cleber Felix, o Clebinho, que tenta se emplacar como cabeça de chapa, mas segue apontado como "plano B".

Próximo!
No caso da bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, agora restam o próprio Vandinho e Emílio Mameri. Um vai assumir a função de líder, com a renúncia de Mansur. No aguardo.

Reação
A propósito, não é a primeira vez, nesta legislatura, que um deputado deixa a liderança partidária. Em maio, "abriu os trabalhos" o delegado Danilo Bahiense, após denunciar que foi "garfado" do PSL e teve sua candidatura a prefeito de Vila Velha negada pela executiva estadual, que trocou de mãos e de posição no Estado. Antes de oposição, a legenda presidida por Alexandre Quintino agora caminha junto com o Governo Casagrande.

Como?
É grave a acusação do deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos) feita à gestão do prefeito de Vitória, Luciano Rezende (Cidadania). Nomear servidor em cargo de comissão, de confiança, depois de cometer assalto a mão armada e ser preso, é algo de cair o queixo, de fato!

Como II?
Pazolini chegou até o servidor após investigar a autoria de publicação nas redes sociais apontada por ele como fake news, que o ligou a vazamento de dados da menina de 10 anos vítima de estupro em São Mateus, norte do Estado. Encontrou junto o crime, cometido em 2019, na Grande São Pedro.

Visita
O deputado esteve no município junto com assessores da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, logo que explodiu o caso da menina, que engravidou e foi autorizada pela Justiça a abortar. O caso gerou forte repercussão nacional após uso por extremistas e fanáticos religiosos, como a bolsonarista Sara Winter, ligada a Damares. As duas, sim, são alvos de pedido de investigação devido aos dados vazados. Mas Pazolini, não.

PENSAMENTO:
"Se eu tivesse um único dólar, investiria em propaganda". Henry Ford

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