Renato Casagrande (PSB) mal se viu governador do Estado, com a auréola de um dos políticos mais espertos da contemporaneidade do Espírito Santo, e já enxergou que o grande risco que encontrará chama-se Audifax Barcelos (Rede), atual prefeito da Serra, que, com certeza, estará na disputa para o governo na próxima eleição. Tanto isso é provável, que o governador Paulo Hartung se aproxima dele.
Considerando o nível de esperteza, Audifax está no mesmo nível de Casagrande e PH, principalmente do primeiro, já que PH hoje busca sua sobrevivência política. Audifax tem tudo na mão. Uma prefeitura cheia de grana, um partido (Rede), uma gestão bem avaliada, é audacioso, e também um dos que mais sabe lidar com o marketing, basta ver seu comportamento na última disputa para a prefeitura da Serra, quando mudou Flávia Mignone por Jane Mary e conquistou o cargo. Foi igual trocar um comandante de avião em pleno voo.
A probabilidade de Audifax chegar ao governo estadual está na mesa do governador eleito, que já o considera um obstáculo para a sua própria reeleição.
Onde entra PH nisso, abatido que foi no último processo eleitoral? Como disse antes, já se chegando para o lado de Audifax, como se este fosse um instrumento vital para a sua sobrevivência. PH até já se ofereceu para entrar na Rede, partido do prefeito.
Esta potencialidade de Audifax é temerária para Casagrande, que se encontra com poucos recursos para enfrentá-la. Vai encontrar um governo chumbado que exigirá muito dele e, ao mesmo tempo, terá de ficar olhando para a frente, para a movimentação de Audifax.
A favor de Casagrande neste embate tem o fato de que já conhece antecipadamente o seu principal obstáculo para prosseguir com o seu domínio na política capixaba. Contra, tem a dificuldade de realizar um bom governo nas atuais condições do Estado.
Será que valerá à pena para Casagrande recorrer à antiga ligação com o próprio PH, já que há alguns anos andavam de mão dadas como donos absolutos do poder no Estado?
PH conseguirá seu intento junto a Audifax ou aceitará reatar o antigo namoro? Haveria de se indagar se isto ainda é possível, após o confronto de PH e Casagrande nas últimas eleições, quando PH viu que não tinha mais capital político para ir à disputa com Casagrande.
Eu, particularmente, não vejo como impossível eles voltarem a se reencontrar no projeto Unanimidade, no qual ambos quiseram fazer do Espírito Santo propriedade política privada.
A preocupação com esta potencialidade do Audifax de mudar o rumo da vida política do Estado poderá ser melhor vista quando Casagrande levar para o seu governo o principal combatente do Audifax, o deputado federal Sergio Vidigal (PDT), que deve assumir uma secretaria importante e armar-se de poderes para ir de encontro ao prefeito na próxima eleição na Serra.
Politico da esperteza de Casagrande, quando se senta na cadeira, já está de olho lá na frente.