No final das contas, Felipe Rigoni foi “rebaixado” duas vezes no União Brasil

O presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos, já pode ser chamado de presidente do União Brasil no Espírito Santo. O nome dele foi confirmado por unanimidade pela Nacional nessa quarta-feira (3), em Brasília, restando a posse oficial, na próxima semana. Até aí, nenhuma novidade. O que chamou atenção, mesmo, foi que o ex-presidente da legenda e atual secretário de Estado de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, caiu para a segunda vice-presidência. O ex-deputado federal, vale lembrar, não queria entregar a função, mas foi obrigado, por livre e espontânea pressão. Ele renunciou após meses de discordâncias e ficou acordado que dividiria esse comando, mantendo-se na posição logo abaixo de Marcelo. Mas a primeira vice-presidência acabou nas mãos do prefeito de Jaguaré, Marcos Guerra. A consolidação dos espaços deve empurrar ainda mais Rigoni para fora da legenda, no projeto de disputar novamente a Câmara dos Deputados. O Podemos está na rota principal, como circula pelo mercado político, mas outros partidos estão de olho, afinal, ele não se reelegeu em 2022, mas alcançou 63,3 mil votos, somatória que muito interessa para fortalecer as chapas em negociação. Já no campo partidário, como se vê, acabou “rebaixado” duas vezes…
Sei…
A briga pelo comando do União rendeu muitos capítulos desde a chegada de Marcelo ao partido. Rigoni cedeu para não sofrer uma intervenção e ficar “mal na foto”. O acordo entre eles foi anunciado em agosto, como “consensual”, e dizia que o secretário contribuiria de forma ativa para o crescimento da legenda e a construção do projeto de 2026. Não é o que parece.
Espaços
Ainda na nova composição, a terceira vice-presidência será assumida pelo prefeito de Linhares, Franco Fiorot; a secretaria-geral por Joelma Costalonga, que é secretária da Casa dos Municípios da Assembleia; e na tesouraria, Ernande Alencastre, coordenador-geral de Gabinete de Marcelo Santos.
Mais uma rodada
Enquanto o União se desembola, as articulações da superfederação, que junta ainda o PP, também avançam. Nesta quinta-feira (4), o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), voltou a se reunir com lideranças dos dois partidos dentro do projeto de se filiar ao PP e disputar o governo do Estado.
Mais uma rodada II
A conversa contou com o próprio Marcelo; o presidente do PP no Estado e futuro presidente da superderação, Da Vitória; e o aliado da primeira fileira do prefeito, deputado federal Victor Linhalis (Podemos). A legenda da foto seguiu o tom da semana passada, de debater o futuro de Vila Velha e do Espírito Santo, mas desta vez acrescentou: “em parceria com o governador Renato Casagrande”. Justamente o ponto que tem gerado burburinho.
Muita gente
É que os movimentos desse bloco, intensificados nos últimos dias, fazem frente aos palanques do vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB), o primeiro da fila de sucessão, e do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), que tem se articulado com vários setores na direção de uma candidatura ao Senado, campo também cobiçado por Da Vitória. O que vai sair desse emaranhado, ainda é uma incógnita.
Impactos
Além dos interesses ainda não administrados desses quatro nomes por aqui, tem a situação nacional da superfederação, que citei na coluna no último dia 20, e agora é fato consumado a decisão de desembarque dos dois partidos do governo Lula. Repito, portanto, a pergunta: como isso refletirá no Estado?
Impactos II
No caso de efeitos regionais, azeda a aliança hoje planejada da UP com o grupo de Casagrande, ao tempo que abre caminho para o lado oposto, do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), muito bem relacionado tanto com Da Vitória quanto Marcelo Santos – adendo necessário: o presidente da Assembleia tem acordo firmado com o governador, que lhe garantiu a reeleição à Mesa Diretora.
Gregos e troianos
Na Câmara de Vitória, a decisão da Nacional logo rendeu em plenário. Na sessão dessa quarta, Camillo Neves, do PP, exaltou o desembarque com críticas ao governo Lula. O mesmo fez o vereador do PT, Professor Jocelino, porém, com elogios ao correligionário e críticas aos partidos da superfederação. No final, saiu todo mundo feliz.
Nas redes
“(…) tive a grata satisfação de receber esse guerreiro que tanto dignifica a política de nosso Estado, Max Filho, ex-deputado estadual, federal e também ex-prefeito (por diversas vezes) da nossa cidade de Vila Velha, junto com nosso amigo Carreta, ex-vice prefeito de VV. Conversamos sobre Cariacica, Vila Velha e o Espírito Santo em 2026. Vamos caminhar juntos”. Euclério Sampaio após encontro com Max, que assim faz movimento contrário ao PSDB, focado em jogar luz no nome de Luiz Paulo Vellozo Lucas ao Senado.