Quinta, 25 Abril 2024

Detalhes revelados

rose_de_freitas_leonardo_sa-0515 Leonardo Sá
Leonardo Sá

O esquema de corrupção investigado na Companhia de Docas do Espírito Santo (Codesa), que deflagrou em maio no Estado a Operação Corsários, voltou às páginas da imprensa nacional nesta segunda-feira (21), para destrinchar informações sigilosas obtidas pelo jornal O Globo. A documentação apontou indícios de que os desvios de recursos bancaram despesas pessoais da senadora Rose de Freitas (MDB), como a quitação de boletos de imóveis, de fatura de cartão de crédito e até de agência de turismo. A constatação teria ocorrido após a quebra do sigilo bancário dos investigados. As transações suspeitas teriam envolvimento do irmão de Rose, Edward de Freitas, e do primo Ricardo Saiter, que eram funcionários da Codesa há anos, por indicação dela, e chegaram a ser presos na operação da PF, mas depois liberados. Os dois também aparecem em outra acusação, de que as empresas que mantinham contrato com a Codesa seriam pressionadas a pagar propinas a eles, que, por sua vez, usavam os recursos arrecadados para quitar despesas da senadora, cujas relações com a empresa pública sempre foram conhecidas do mercado político capixaba. O Globo cita exemplos de alguns pagamentos, um deles de nada mais, nada menos que R$ 300 mil, referente a uma parcela da aquisição de imóvel no Rio de Janeiro. Outro, de 38 mil, relacionado a um imóvel em Vila Velha, e ainda o aluguel de R$ 7,6 mil de um imóvel na Barra da Tijuca, no Rio, onde moraria a filha da senadora. Realmente...

Posição
Assim como fez na época da operação, Rose negou irregularidades ao jornal O Globo e afirmou "que suas contas foram pagas de forma lícita e regular". Edward e Ricardo Saiter não responderam. O caso, sem dúvidas, precisa de respostas.

Loteamento
Em maio, recordei aqui na coluna a influência política exercida na Codesa pela senadora, a quem foi atribuído, em determinados anos, a indicação de mais de dez cargos. Uns dos destaques sempre foi Edward D. Freitas, que nos últimos anos coordenou a área de Serviços Gerais, e Ricardo Saiter Mota, ex-coordenador de Tecnologia de Informação e hoje servidor do gabinete da senadora.

Para todos os lados
Depois de Nésio Fernandes, da Saúde, os deputados de oposição miram no secretário Alexandre Ramalho na Assembleia Legislativa. Nesta segunda-feira (21), os dois movimentos registraram novos capítulos.

Para todos os lados II
Sobre Nésio, primeiro houve a tentativa de convocação do secretário, para explicar a compra de álcool em gel de empresa investigada pela PF. Não foi adiante, após votação no plenário na semana passada, e o debate iniciado na sequência foi a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Nesta segunda, Carlos Von (Avante) pediu "apoio" dos demais para aderirem ao requerimento de abertura de investigação – seis já assinaram do total de dez necessários.

Para todos os lados III
No mesmo dia, outra ofensiva. Também da oposição, Capitão Assumção (Patri) queria convocar o secretário Alexandre Ramalho para a Comissão de Segurança e "explicar" sobre a recomposição do efetivo das Polícias Militar e Civil e do Corpo Bombeiros. Também foi voto vencido, sendo acompanhado somente por Danilo Bahiense (sem partido), que faz parte do grupo. Assumção levou, então, o assunto para a sessão, atacando Nésio e Ramalho de uma só vez.

Mesmo bloco
As assinaturas do pedido de CPI são as mesmas de quem votou a favor da convocação de Nésio na semana passada: além de Von e Assumção, os autores do requerimento, Theodorico Ferraço (DEM) e Sergio Majeski (PSB), e ainda Torino Marques (PSL) e Danilo Bahiense.

Vetado
Na Comissão de Segurança, o pedido de Assumção foi rejeitado por Marcelo Santos (Pode), Bruno Lamas (PSB), Luciano Machado (PV) e Coronel Alexandre Quintino (PSL).

Mobilização
Em Pinheiros, extremo norte do Estado, a comunidade convoca para um protesto digital, toda segunda e sexta-feiras, por 24h, durante um mês. O movimento é chamado "SOS Pinheiros e em favor da paz" e alerta sobre a insegurança registrada na zona rural e urbana do município.

Nas redes
Trabalhei por mais de 30 anos em sala de aula, nas redes municipal de Vitória, estadual e particular, e nas mais diversas situações vivenciadas nesse período, jamais houve um episódio tão insano e constrangedor como esse sofrido na última sexta-feira (18)". Sergio Majeski, em manifestação de repúdio aos ataques sofridos pela professora Rafaella Machado do vereador de Vitória, Gilvan da Federal (Patri).

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Área de influência

Codesa foi considerada loteamento de indicações políticas da senadora Rose de Freitas durantes anos
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