Retorno do PL às ruas tem Republicanos, Novo e PP – ops, Evair! – e falas de “unidade”

Uma “convocação urgente” feita pelo senador Magno Malta (PL) após a imposição de medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, marcou o retorno das manifestações de rua dos bolsonaristas em Vila Velha nesse domingo (20), saindo do “point” Moby Dick. Não com aquela ampla adesão de tempos passados, mas com pontos a se considerar. O principal deles, a participação de partidos e lideranças que negociam com o PL uma aliança em 2026 – Republicanos e Novo – e o deputado federal Evair de Melo, do PP, legenda que, hoje, está no bloco oposto, do governador Renato Casagrande (PSB). Por lá estavam a dupla que tem anunciado parceria ao Senado, o vereador de Vitória Leonardo Monjardim (Novo) e Maguinha Malta (PL), e o bloco paralelo que circula com o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), leia-se Erick Musso e Evair, além de vereadores e deputados. No comando das articulações para a candidatura de Pazolini ao governo do Estado, Erick exaltou, de cima do trio elétrico, “união” e “unidade”, dirigindo-se a Magno, Evair e ao presidente estadual do Novo, Iuri Aguiar. Essa condição, segundo ele, é o que “dará, com certeza absoluta, bons frutos para o Espírito Santo, que mandará um recado a nossa Nação”. Em mais um aceno para os bolsonaristas, como tem feito o prefeito, defendeu a “liberdade” e a anistia”, e avisou: “em solo capixaba, nós seremos intransigentes com a esquerda”. Depois, também convocou: “vamos juntos, não podemos sair das ruas e das redes um minuto sequer”. Dia 3 de agosto, ao que tudo indica, tem mais…a conferir!
Passos seguintes
A presença de Erick, a convite de Magno, sinaliza a retomada da mesa de 2026 após aparente distanciamento do senador da pauta da eleição ao governo, como já analisado por aqui. Os dois se encontram meses atrás para articular a aliança que não deu certo em 2024, mas depois o senador ficou concentrado apenas na sua filha e, recentemente, não participou de encontro que incensou Pazolini capitaneado por parlamentares do PL.
No centro
Maguinha, aliás, se consolida cada vez mais como protagonista desses eventos e agendas do PL, pareada com o pai. A semelhança entre os dois, não só física mais de estilo político, chama atenção. Dificilmente não herdará os votos dos bolsonaristas mais radicais do Espírito Santo.
Na área
Também não passou batida a presença do Capitão Assumção, que nem parece mais deputado do PL. Ele aparece em vídeos nas redes sociais em cima do trio. Se teve espaço para discursar ou não, ainda não descobri!
Na área II
Assumção, vale repetir, não faz mais oposição a Casagrande na Assembleia e tem distribuído afagos ao prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), alvo dos bolsonaristas por ação contra o vereador Pastor Fabiano e em movimentações para disputar o Palácio Anchieta.
Na área III
Do Republicanos, junto com Erick, participaram o deputado estadual Alcântaro Filho e o vereador de Vitória Davi Esmael. Coronel Ramalho, que disputou a Prefeitura de Vila Velha pelo PL e virou secretário de Pazolini, também. O ex-deputado Rafael Favato, que se filiou ao PL em 2024, foi outro que desfilou por lá, com bandeira no ombro.
Fora
No caso de Ramalho, para quem não se lembra, ele teve que sair do PL ao decidir entrar na gestão de Pazolini como secretário de Meio Ambiente, em março deste ano. Magno não queria que quadros do partido assumissem cargos, para evitar a confirmação de uma aliança antecipada com o prefeito.
Seis meses
De Vila Velha para Serra…durou muito pouco a permanência do ex-prefeito da Serra Sergio Vidigal (PDT) no governo do Estado. Saiu maior politicamente do pleito de 2024, entrou na lista palaciana de possíveis candidatos à sucessão no próximo ano, e de repente deixa o cargo alegando novos projetos e dedicação à profissão de médico? Sei não, hein!
Tabuleiro
Vidigal assumiu no lugar do vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB), que ficou mais livre, assim, para pavimentar sua candidatura ao governo. Na ocasião, ele era apontado como peça importante do jogo de 2026 devido à vitória registrada na Serra, quando elegeu o apadrinhado, Weverson Meireles (PDT), até então desconhecido da população.
Plano B
No decorrer das articulações, porém, lideranças ligadas a Casagrande passaram a convergir cada vez mais em torno de Ferraço, e entrou no circuito o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido). Vidigal, que desde o começo afirmou que só seria candidato como uma decisão do grupo, perdeu lugar na fila e acabou mais restrito à secretaria. Em 2026, jura que não será candidato, e quer eleger o filho, Serginho Vidigal (PDT), a deputado federal.
Nas redes
“Um absurdo! A Lei de Censura nas Escolas foi sancionada no ES! (…) por isso, estamos tomando todas as medidas cabíveis para barrar esse retrocesso, inclusive uma Ação Direta de Inconstitucionalidade! Não vamos permitir essa ameaça à liberdade de cátedra nas escolas do Espírito Santo!”. Camila Valadão, deputada pelo Psol, sobre projeto que permite veto de familiares a atividades pedagógicas sobre gênero e orientação sexual.