O pleito dos militares, a reunião, e mais polêmica, agora com Douglas Caus

O mistério da reunião realizada com representantes da Polícia Militar (PMES) citada no plenário da Assembleia Legislativa e reproduzida aqui na coluna na semana passada, ainda na esteira das reações à aprovação da nova tabela de subsídios dos delegados, foi colocado mais às claras na sessão desta segunda-feira (20) pelos deputados Coronel Weliton (PTB) e Mazinho dos Anjos (PSDB). E tem mais polêmica! O enredo agora envolve o comandante-geral da corporação, coronel Douglas Caus, que propagou vídeo de “pronunciamento” à categoria, em que chama o deputado Coronel Weliton (PRD) de “mentiroso”. O motivo seriam informações prestadas por ele na assembleia geral realizada pela Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo (Assomes) na última quarta-feira (15). O parlamentar alega que foi questionado sobre como ocorreu a tramitação do projeto dos delegados e respondeu, “com lisura”, que a informação que chegou aos deputados, atribuída ao governo, é de que Douglas Caus teria sido chamado para “contribuir” e alegou “outras prioridades”. Já o comandante-geral diz que foi “surpreendido” com a fala, e que “é mentira” que tenha sido consultado pelo governo sobre o aumento dos delegados, e também “é mentira” que sua pauta seja restrita à “reforma administrativa”. Douglas diz que foi “categórico” em defender a reforma e também a paridade entre os salários da PM e da PC – este último, o pleito destacado nos últimos dias. O discurso de Coronel Weliton nessa segunda foi “para esclarecer”, como apontou, chamando Mazinho para corroborar. Foi o que ele fez, além de considerar “uma extrema infelicidade” o vídeo de Douglas Caus, reiterando que a informação dita pelo colega de plenário “veio do governo”. Discurso e versão para um lado, discurso e versões para o outro….enfim a confusão!
Portas fechadas
A reunião, diz Caus, foi realizada com o alto comando da PM, assim que “andou” o projeto dos delegados. Ele relata que se comprometeu a buscar interlocução com Renato Casagrande (PSB) para garantir a paridade – neste caso, atinge os coronéis, tenente-coronéis e majores – e também a reforma, que engloba os oficiais e praças.
Sem nome
Coronel Weliton não citou Douglas Caus na semana passada, dizendo que era “para preservá-lo”. Desta vez também não falou o nome, mas sim o cargo. No caso de chamar Mazinho, foi porque afirmou ter recebido dele, pessoalmente, a informação do governo.
Reivindicação
O deputado-coronel também informou que associações de militares protocolaram um ofício ao governo, solicitando o alinhamento salarial entre a PM e o Corpo de Bombeiros desde o cargo de base até o topo da pirâmide.
Reivindicação II
Na assembleia de quarta, a Assomes também deliberou pelo envio de uma tabela salarial que “mantenha a simetria entre os gestores da segurança pública estadual, garantindo justiça e equilíbrio nas remunerações das carreiras”, e cobrou “um posicionamento célere do governo”.
Negociações
A polêmica, portanto, ainda tem muito para render. Veremos a resposta do governo, e em quanto tempo! Lembrando: outras categorias estão mobilizadas, como os peritos oficiais, e os servidores da base, que estão na terceira semana de greve! “Se vira nos 30”, Casão!
Terreno eleitoral
Por falar em Mazinho, o evento prometido por seu tio, o prefeito de Barra de São Francisco, Enivaldos dos Anjos (PSB), em apoio ao também prefeito Euclério Sampaio (MDB), de Cariacica, foi realizado nesse sábado (18), e divulgado como “prestação de contas” do deputado, que anunciou sua candidatura à reeleição.
Terreno eleitoral II
Enivaldo se colocava como pré-candidato ao Senado, mas sem muito eco no mercado político. Depois anunciou recuo para apoiar Euclério, que também rodou por outros municípios da região nesse final de semana. Ele quer ser a segunda vaga na chapa palaciana do vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB) – a primeira está reservada para Casagrande.
Disse, não disse
O presidente da Câmara de Vitória, Anderson Goggi, que vinha esquivando-se de tocar no assunto de sua saída do PP, resolveu fazer uma publicação nas redes sociais, mas sem falar muito também. Afirmou que a “parceria continua” e que “quanto ao futuro, darei tempo ao tempo e não anteciparei o calendário eleitoral”.
Planos
O que circula, nos bastidores, é que ele migrará para o Republicanos, do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, para entrar numa chapa melhor à Assembleia Legislativa, já que o PP tem maior concorrência de candidatos com votos. Tudo vai depender, porém, das articulações futuras.
Nas redes
(…) “A política dá muita coisa legal, mas também muita coisa ruim, decepcionante (…) tem muita gente que está do nosso lado, mas deveria estar do lado de lá, porque tenta criar atrito que entre nós dois não tem. Nós estamos mais juntos do que nunca (…) eu, você, o vice-governador, Ricardo Ferraço [MDB], que terá uma missão em breve de governar o Espírito Santo (…)”. Marcelo Santos, presidente da Assembleia, em discurso ao lado de Da Vitória, futuro presidente da União Progressista (UP).