Sempre que pode, o governador eleito, Renato Casagrande (PSB), se refere a uma palavra que já está virando mágica: ruptura. Sinaliza dizer que, para todos os efeitos, não há qualquer possibilidade de entendimento com o seu antecessor, o governador Paulo Hartung (sem partido).
Casagrande cravou e tem levado essa palavra a sério. O episódio de escolha da próxima Mesa Diretora da Assembleia Legislativa ilustra bem a situação. PH estava tentando a reeleição do deputado Erick Musso (PRB) e Casagrande apareceu “cantando de galo”, com o recado de que ali ninguém bota a mão, pois é ele quem vai participar do processo.
Um aviso de Casagrande para PH procurar outro pouso, como quem diz: “não tem papo! O socialista é um dos políticos mais espertos do Estado e tumultuou bastante a vida de PH, que hoje sofre com as consequências do resultado eleitoral que o afastou do Palácio Anchieta e enfraqueceu o seu poder político no Estado.
Esta situação, nova para PH, tem feito com que ele promova, cada vez mais, sua fuga para a área nacional, agora com o propósito de chegar ao campo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Basta ler suas declarações nos jornais deste sábado (24).
Com essas movimentações, o governador tenta se manter em evidência, neste momento em que perde visibilidade para Casagrande. Produz fatos político o tempo inteiro, para manchetes na imprensa capixaba, em que diz e desdiz ao seu tempo e hora o que quer, sem contestação.
O escudo da vez é o apresentador de TV, Luciano Huck, que veio ao Estado para encontro com a nata do empresariado em Pedra Azul – sempre lá –, onde os dois trocaram elogios rasgados. Convenhamos, um lucrativo escudo para o atual cenário do País.
Antes um opositor declarado de Bolsonaro, inclusive com recomendações públicas contra o voto nele, Hartung agora já admite apoiá-lo pelo bem do Brasil. Que loucura é essa?
Também acena para Paulo Guedes, futuro ministro de Economia de Bolsonaro, com a credencial de ser da área, e usando a Reforma da Previdência como justificativa.
Não demora muito, é capaz de PH se oferecer para compor o governo de Bolsonaro. Será esta uma preparação para o seu futuro, para se livrar do “fantasma” Casagrande?