Quinta, 25 Abril 2024

Efeito prolongado

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Leonardo Sá

Em campos opostos nas disputas da Serra e também nas movimentações iniciais para o pleito de 2022, o atual prefeito Sérgio Vidigal (PDT) e o antecessor, Audifax Barcelos (Rede), não deixam dúvidas de que ainda irão protagonizar muitos capítulos da desavença política que nutrem há anos. Depois de uma campanha marcada por troca de acusações, como sempre costuma ocorrer na alternância de poder entre os dois grupos, que dura nada menos do que 24 anos, os embates, agora no campo virtual e no legislativo, prosseguem ativos e no mesmo tom. O mais recente tem relação com o caixa público. Vidigal acusou, em entrevista ao jornal local da Serra, Tempo Novo, que Audifax deixou problemas em obras e uma dívida de R$ 13 milhões, relativa às obras do Hospital Materno Infantil, outro assunto que sempre vem à tona pelas lideranças, naquela guerra de "quem pariu a criança". O ex-prefeito, que está sem mandato mas se movimenta no campo político, foi às redes sociais falar de fake news, mentira e cobrar promessas de campanha. Seja qual for o motivo da vez, o fato é que Vidigal e Audifax, para além do antagonismo na própria base eleitoral, agora se posicionam em outro campo também muito adverso. O atual prefeito é fechado com o governador Renato Casagrande e anunciou, com bastante antecedência, que caminhará com ele em 2022, quando o socialista deverá buscar a reeleição. Audifax, por sua vez, pelos comentários mais recentes dos bastidores, não desistiu do projeto de ser candidato ao Palácio Anchieta, alinhado com Paulo Hartung (sem partido), quem chegou a incensá-lo publicamente para essa missão ao final do seu governo passado, em 2018. Quer dizer, a guerra de Vidigal com seu principal adversário, que mal saiu de 2020, já pula para as próximas eleições, sem intervalo e com efeito prolongado.

Como?
A questão de Audifax para a candidatura ao governo continua sendo a mesma daquela época: como pavimentar um palanque desse porte, sem mandato e à frente da Rede Sustentabilidade, um partido pequeno no Estado, que está prestes a perder a única cadeira de peso que tem hoje, do senador Fabiano Contarato, e ainda está na zona de perigo da cláusula de barreira?

Coadjuvante
Dentro dessa composição com o grupo de Hartung, há quem cogite negociações com o MDB, seu ex-partido, incluindo o prefeito de Linhares, Guerino Zanon, um aliado antigo, e que logo no início da atual gestão entrou em rota de colisão com Casagrande na polêmica dos convênios com os municípios. Neste caso, quem toparia o cargo de vice, de coadjuvante?

Comando
Há alguns dias, Audifax comunicou que assumiu a direção da Rede no Espírito Santo junto com a porta-voz Laís Garcia, que foi candidata à vice-prefeita em Vitória, na chapa de Sérgio Sá (PSB). O palanque, no entanto, não foi longe: ficou em sétimo lugar, com apenas 4,15% dos votos.

Quais nomes?
Para 2022, o ex-prefeito da Serra anuncia, por enquanto, a missão de construir chapas para as eleições à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa. Veremos...

Cargo
Voltando a Vidigal, seu filho, Sergio Eduardo Correa Vidigal, conhecido como Dudu, foi nomeado nessa segunda-feira (19) no cargo de diretor técnico do Instituto de Pesos e Medidas do Estado (Ipem-ES). Ele também é filiado ao PDT e chegou a ser cotado como candidato a vereador em 2020, o que não vingou.

Cargo II
No final do mesmo ano, outro ato oficial havia destinado a Dudu Vidigal a cadeira de subsecretário de Assuntos Administrativos da Secretaria de Estado de Esportes (Sesport), mas foi anulado no dia seguinte. Na época, o governo alegou motivação pessoal, mas a mudança tão rápida deixou incógnitas no ar.

Vacinado
O governador Renato Casagrande, 60 anos, recebeu na manhã desta terça-feira (20) a primeira dose da vacina contra o coronavírus, na Unidade de Saúde de Santo Antônio, em Vitória. O imunizante foi o CoronaVac, do Instituto Butantan.

Uma luta
Casagrande demorou um pouco para ser vacinado, pois assim como tem ocorrido com muita gente, não conseguiu agendar online no site da prefeitura logo na primeira tentativa. Aliás, o mistério do fim das doses em menos de cinco minutos na Capital continua.

Nas redes
"Muita tristeza pelos recordes e recordes de mortes por Covid-19. Eu não estou mais sabendo como responder aquela simples pergunta: Tudo bem com você? Só isso que tenho a dizer hoje". Epidemiologista e professora da Ufes, Ethel Maciel

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