Sexta, 19 Abril 2024

Espaços fechados

casagrande_leonardo_sa-4 Leonardo Sá
Leonardo Sá

Na sequência da aliança fechada entre o presidente reeleito da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), e o governo Renato Casagrande, três integrantes do grupo dos "independentes", leia-se oposição, perderam cadeiras de presidentes de comissões permanentes. Nessa quarta-feira (10), foi a vez de oficializar a saída de Torino Marques (PSL) da Comissão de Cultura e Comunicação Social, entregue à petista Iriny Lopes. Ele já havia ficado sem o cargo de vice-presidente da Mesa Diretora, depois de ficar em evidência por conduzir incontáveis sessões ordinárias em 2020. A situação de Torino, que entrou em embate com o governo no final do ano passado por conta de emendas parlamentares, se soma à de Danilo Bahiense (sem partido), que estava à frente da Comissão de Segurança, e de Vandinho Leite (PSDB), da Educação. As duas últimas, áreas estratégicas para a gestão estadual, devido às críticas em relação à condução da Secretaria de Educação (Sedu) por Vitor de Angelo, incluindo aulas em tempos de pandemia da Covid-19, e atrito com as categorias que integram as forças de Segurança do Estado. Esse grupo dos "independentes" chegou a ter dez deputados em 2019, mas depois foi perdendo força, consolidando-se nessa posição, principalmente, os deputados eleitos pelo PSL e ligados ao bolsonarismo, alguns já desfiliados – Capitão Assumção (Patri), Bahiense (sem partido) e Torino Marques (PSL) -, e Vandinho, com tom ainda mais acentuado no ano passado, em decorrência do pleito eleitoral. Com os espaços de destaque fechados, restou a eles ocuparem vagas em colegiados, digamos, "mais seguros" para a gestão estadual. Em tese, "tudo sob controle"!

Cadeiras
Assumção, o que mais tenta desgastar Casagrande, sempre exaltado e com acusações, ficou como vice-presidente da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente e de Política sobre Drogas, e se manteve membro efetivo da Segurança, mas com os aliados do governo Luiz Durão (PDT) e Coronel Alexandre Quintino (PSL) no comando. O deputado também é suplente em Ciência e Tecnologia e Cooperativismo.

Cadeiras II
Bahiense, depois de muito articular para não perder a presidência da Comissão de Segurança, junto com a frente de policiais e bombeiros, ficou também como membro. Está junto com Assumção na de Proteção à Criança, como presidente, é vice do colegiado de Defesa do Consumidor, e suplente em Ciência e Tecnologia e Infraestrutura.

Cadeiras III
Torino Marques, por sua vez, é vice-presidente da Comissão de Turismo, titular em Agricultura e suplente em Segurança e Meio Ambiente.

Cadeira IV
Desse bloco principal, Vandinho Leite foi o único com cargo ainda importante: vice do colegiado de Justiça, essencial para aprovação de projetos do executivo. Ele preside ainda a de Defesa do Consumidor, é titular em Defesa do Consumidor e suplente em Meio Ambiente e Turismo.

Cadeiras V
Outro que também integra o grupo de "independentes", mas de forma menos incisiva, Carlos Von (Avante) manteve sua função na Comissão de Turismo e só pegou mais uma suplência, em Agricultura.

Minguou
O grupo dos independentes somava, tempos atrás, além dos nomes acima, os seguintes parlamentares: Alexandre Xambinho (PL), Rafael Favatto (Patri), Hudsol Leal (Republicanos), Marcos Mansur (PSDB) e o ex-deputado e agora prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos).

Nada mudou
Já Sergio Majeski (PSB), sempre impedido de ter posição de destaque nos colegiados, mesmo que tenha total afinidade e propriedade com determinados temas, só é titular da Comissão de Educação, agora presidida pelo governista Bruno Lamas (PSB). Nem na de Meio Ambiente, área em que também é atuante, conseguiu uma cadeira de titular. Com voz crítica e sem alianças, o deputado foi mais uma vez isolado.

Nada mudou II
Majeski tinha sido indicado para suplências no colegiado de Meio Ambiente, Cultura, Cidadania e Ciência e Tecnologia, mas solicitou a retirada de seu nome em todas elas. Como dizem por aí, "errado não 'tá".

'Herança'
A propósito, o deputado protocolou representação no Tribunal de Contas do Estado (TCE) devido ao abandono e desperdício dos recursos públicos com as obras do Cais das Artes, o elefante branco deixado por Paulo Hartung.

'Herança' II
Já foram investidos mais de 139 milhões na obra, abandonada desde 2015. Majeski fez visita técnica no governo passado e no atual e cobra providências definitivas.

PENSAMENTO:
"A fadiga é o melhor travesseiro". Benjamin Franklin

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