Quinta, 16 Mai 2024

'Largou' mal

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Solidariedade

Vinte e quatro palanques a prefeituras municipais para "destruir o governador Renato Casagrande, o PSB e a esquerda festiva", e, assim, erguer o Projeto Bolsonaro 2022 no Espírito Santo, com meta de reeleger o presidente e ainda fazer um governador de direita no executivo estadual. Essas foram as palavras usadas pelo ex-deputado federal Carlos Manato no início de outubro, em live nas redes sociais com participação de sua mulher, a deputada federal Soraya Manato (PSL), e alguns então pré-candidatos, para defender os "representantes do bolsonarismo" nas eleições deste ano e pedir votos, garantindo o apoio de todos eles ao presidente no próximo pleito. Encerrada a votação do primeiro turno, o resultado: o grupo de Manato só foi vitorioso em cinco cidades do interior e acumulou derrotas nos principais colégios eleitorais da Grande Vitória. Em muitos municípios, inclusive, fez campanha para nomes com votações pífias. Em outros, conseguiu ao menos competitividade. Mas o que tem na mão, de fato, para 2022? As prefeituras de São Gabriel da Palha, com Tiago Canal Rocha (PSL); de Castelo, com João Paulo Nali (PTB); de Apiacá, com Fabrício do Posto (PP); de Alegre, com Nirrô (Solidariedade); e de Guaçuí, com Jauhar (Republicanos). Não levou nada nos principais colégios eleitorais na região metropolitana, com as derrotas de Capitão Assumção (PSL) na Capital; do Subtenente Assis (PTB) em Cariacica; de Vandinho Leite (PSDB) na Serra; e de Amarildo Lovato (PSL) em Vila Velha. Quer dizer, como trampolim para 2022 e demarcação de território político, "largou" mal. 

Saiu da lista
Vale lembrar que eram 26 nomes, mas dois representavam contradições extremas. Em um caso, houve repercussão negativa e Manato foi obrigado a recuar. Era o palanque de Juvenal Calixto (PP), em Barra de São Francisco, que tinha nada menos que o PT na coligação. De todo jeito, também perdeu. Enivaldo dos Anjos (PSD), que Manato pretendia "abater", considerando ligações com Casagrande, ganhou com folga: 69,07% contra 17,36 %de Juvenal.

Amnésia política
O outro, que se saiba, ficou em aberto. É que, embora tenha citado o nome de Paulo Lemos (PSD) em Ibitirama, Manato garantiu que não havia nenhum palanque apoiado pelo grupo com a presença do PSB. Mas não é o caso de Paulo Lemos. Sendo assim, mesmo sem recuo público, Manato não pontua.

Atrás do PT
Na Grande Vitória, o melhor resultado para o grupo de Manato, em termos de competividade, foi com Assis em Cariacica. Com uma disputa embolada e votações próximas, ele ficou em terceiro lugar, com 11,48%, atrás de Célia Tavares (PT), com 14,04%, e Euclério Sampaio (DEM), com 18,81%, que disputarão o segundo turno. Por outro lado, perder a vaga para o PT, alvo constante do grupo...derrota das grandes!

Atrás do PT II
Na Capital, a vitrine mais cobiçada, Capitão Assumção (Patri) marcou apenas 7,22% dos votos, bem longe de outro petista, João Coser, com 21,82%, e mais ainda do Delegado Pazolini (Republicanos) - 30,95%. O mais votado, como se sabe, também é ligado ao bolsonarismo, mas esconde a relação e não cola a imagem no presidente.

PDT-Rede
Vandinho Leite (PSDB), na Serra, que Manato justificou o apoio para reagir ao PDT, de Sérgio Vidigal, e a Rede, de Fábio Duarte e Audifax Barcelos, partidos que, segundo ele, "só querem derrubar Bolsonaro", acabou em terceiro lugar, frustrando a expectativa de seguir na disputa. No decorrer da campanha, Manato gravou um vídeo para Vandinho para tentar desgastar Vidigal, que sempre apareceu na liderança das pesquisas, explorando o apoio do PT à candidatura. Não adiantou.

Duas opções, e nada!
Em Vila Velha, Amarildo Lovato (PSL) ficou em quinto lugar, com 3,75% dos votos. Manato o apresentou com fiel e que "ama Bolsonaro", mas também demonstrou proximidade com o palanque do Dr. Hudson Leal (Republicanos), que, detalhe, foi menos votado ainda, com 3,20%.

Polos estratégicos
Em dois municípios, as candidaturas do grupo de Manato, embora derrotadas, podem render território para 2022: Guarapari, onde Carlos Von (Avante) conquistou 32,60% dos votos, logo atrás do prefeito reeleito, Edson Magalhães (PSDB), e em Colatina, com Luciano Merlo (Patriota) muito perto de Guerino Balestrassi (PSC) – 33,05% e 34,08%, respectivamente.

PSB
O grupo perdeu diretamente para o PSB em Cachoeiro de Itapemirim, com o vice Jonas Nogueira (PL), que passou a campanha com foto de Bolsonaro, mas chegou a 10,70%, enquanto o prefeito Victor Coelho (PSB) ganhou com 53,35%; em Santa Maria de Jetibá, onde Hilário Roepke Gatinha (PSB) ganhou com 54,07%, deixando Hans Dettmann Junior (Patriota) na segunda colocação, com 44,54%; e em Divino de São Lourenço, com Ronaldo Borges (Podemos) chegando a 39,63% e o eleito, Eleardo Brasil (PSB), a 43,33%.

Inverso
Em São Gabriel da Palha, citado lá em cima, foi o contrário, Tiago Canal Rocha (PSL) venceu o candidato do PSB, Valdecir Cezar. Placar: 38,69% x 30,25%. Em Guaçuí, também. Jauhar (42,65%) ficou na frente de Simone Biondo (DEM), com 35,73%, e de Paulinho Vitalino (PSB), com 21,62%.

Muito baixas
Rikelme Kruger (PL), em Domingos Martins, foi o último colocado (sexto), com 1,08%; Graça Fortes (PSL), em Viana, ficou com 3,32%; Antonio Emilio (Cidadania), em Nova Venécia, com 6,42%; e Willian Dellatorre (Patriota), em Bom Jesus do Norte, com 3,21%.

Segue...
Já em Vargem Alta, Luciano Quintino (PL) marcou 16,07%; em Venda Nova do Imigrante, Rafael Monteiro (PL) atingiu 16,37%; e Teté (PSDB) 15,68% em São José do Calçado; e Rogerinho (Republicanos) 10,09% em Iúna.

Subiu
Os índices melhoraram em Jerônimo Monteiro, com Edson Fosse Bodinho (Republicanos), com 34,54%, mas longe ainda de Sérgio Fonseca (PSD), que levou com 65,46%, e em Ibiraçu, onde Vertinho Tonon (Cidadania) obteve 24,23% dos votos, contra 36,64% do eleito, Diego Krentz (PP).

E agora?
No segundo turno, sem campo também. Em Vitória, Assumção anunciou neutralidade, embora esteja fechado com Pazolini. Parece mais estratégia, já que Assumção tem Bolsonaro escrito na testa, ligação que o candidato não quer. Na Serra...

E agora II?
...Manato disparou contra Vidigal e Fábio Duarte, os dois que seguem na disputa. Em Cariacica, mesma coisa, Assis mirou exatamente em Euclério e no PT, com aquele papo de esquerdista, anti-Bolsonaro e etc; e em Vila Velha, Amarildo também ficará neutro. De todo jeito, com Arnaldinho Borgo (Podemos) e Max Filho (PSB), em princípio, também "não dá liga".

PENSAMENTO:
"Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou". Magalhães Pinto

'Projeto Bolsonaro'

Sem partido e com o PSL do outro lado (mas nem tanto), casal Manato elege palanques para
https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/projeto-bolsonaro

Voltou atrás (em tese)

Manato não conseguiu segurar repercussão do apoio a Juvenal Calixto, com vice do PT, em Barra de São Francisco
https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/voltou-atras-em-tese

Na mira

Com Coser bem nas pesquisas e Assumção ainda distante, Carlos Manato abre estratégia de acusações ao PT
https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/na-mira

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