Aperto de mão entre Arnaldinho e Aécio Neves: pode acontecer tudo, inclusive nada!

O prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, que tinha, aparentemente, pisado no freio nas articulações em direção à disputa ao Palácio Anchieta em 2026, voltou a causar burburinho nos bastidores políticos, devido a um encontro, nesta terça-feira (25), em Brasília, com o deputado federal por Minas Gerais, Aécio Neves, que retoma nesta semana o comando nacional do PSDB. O prefeito, como se sabe, segue sem um partido para chamar de seu, apesar de uma lista de articulações e convites – uma delas o PP, federado com o União Brasil, e que parecia acabar em casamento, mas o flerte esfriou. Arnaldinho passou meses deixando claro que não arredaria o pé de uma pré-candidatura, convencido de que é o adversário ideal para confrontar o nome da oposição, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos). Esse movimento ficou menos evidente nos passos mais recentes, que marcam, por outro lado, uma presença cada vez mais evidente do governador Renato Casagrande (PSB) em favor do vice, Ricardo Ferraço (MDB). E a regra nesse bloco, já repetida incontáveis vezes, é clara: só sairá um palanque aliado na briga pela sucessão. O PSDB no Estado é uma das pernas aliadas de Casagrande e tem o líder do Governo na Assembleia Legislativa, Vandinho Leite. Pensar numa pré-candidatura que confronte todas essas amarrações e interesses, somado à própria relação de Arnaldinho com o governador, tem se tornado cada vez mais distante no tabuleiro capixaba. Esse aperto de mão entre o prefeito e Aécio, fica, portanto, assim: pode acontecer tudo, inclusive nada!
Mais uma rodada II
No encontro com o tucano, estavam também os fieis escudeiros de Arnaldinho, o deputado federal Victor Linhalis (Podemos) e o presidente da Câmara de Vila Velha, Osvaldo Maturano (PRD). Aécio escreveu assim no vídeo publicado nas redes sociais: “Conversa boa, daquelas que ajudam a construir o futuro do País”.
Leque pequeno
Ao contrário do caso da União Progressista, em que os planos eleitorais se confrontavam entre os próprios integrantes nas disputas majoritárias, o PSDB não tem peças a apresentar ao governo e anunciou, ainda sem convencer muito, o ex-deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas ao Senado…
Leque pequeno II
…além disso, está esvaziado no Estado, cenário bem distante do peso de outrora, em que se consolidou como uma das principais legendas e com espaço privilegiado nas mesas de negociações.
Campo delimitado
Sob esses aspectos, não seria nada mal um candidato de peso para uma disputa dessa altura, mas a que preço e alinhado a quem? Hoje, repito, está difícil imaginar Ricardo Ferraço fora dessa eleição, perdendo espaço para Arnaldinho ou qualquer outro aliado.
Em aberto
Resta saber, também, como ficarão os diretórios estaduais do PSDB com a chegada de Aécio, se terão ou não alterações, e quais serão as prioridades eleitorais para 2026. A única certeza, por ora, é que o partido precisa recuperar espaços!
Em aberto II
O PSDB não tem mais nenhum governador em exercício no País, e Aécio Neves e Marcori Perillo, atual presidente nacional do partido, já entram nessa estratégia para as disputas em Minas Gerais e Goiás. Outra prioridade já elencada é ampliar a bancada federal. Aécio tem dito que quer apresentar o PSDB como alternativa à polarização entre Lula e Jair Bolsonaro.
Apertado
No caso da superfederação, vale lembrar, as movimentações de Arnaldinho no PP bateram de frente com o projeto de Ricardo. No Senado, tem o deputado federal Da Vitória como interessado, fazendo frente à campanha do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB) – são duas vagas, e a primeira na chapa é garantida a Casagrande.
Sem avanços
Outro partido que abriu as portas para Arnaldinho e mantêm conversas é o PRD, que está fechado com o Solidariedade, e a federação já declarou apoio ao prefeito numa candidatura ao governo do Estado. Assim já ocorreu também com o Novo, sem falar da confusão com o PSD, partido atual do ex-governador Paulo Hartung, inimigo político de Casagrande.
Nas redes
“Grande dia! Bolsonaro condenado e preso (…) O Supremo Tribunal Federal decretou o início do cumprimento da pena de Bolsonaro. Ele foi condenado a 27 anos e três meses de prisão no caso da trama golpista. Os ataques às instituições democráticas, as mentiras e a tentativa de golpe finalmente serão punidos (…)”. João Coser, deputado e presidente estadual do PT, e mais uma condenação ao ex-presidente da República do PL.

