Fora do governo, Sergio Vidigal circula com o filho pela Serra em mais um projeto eleitoral

Fora da Secretaria de Estado de Desenvolvimento após curtos cinco meses no cargo, o ex-prefeito da Serra Sergio Vidigal (PDT) coloca em prática mais uma estratégia eleitoral, desta vez de olho em 2026. Depois de testar sua transferência de votos no pleito municipal passado e eleger um novato e desconhecido da população – Weverson Meireles (PDT) – como sucessor, a aposta agora é no filho, Serginho Vidigal (PDT), que a considerar as movimentações atuais, está listado a tentar de estreia um voo mais alto: a Câmara Federal. O ex-prefeito e Serginho, com apoio ainda da ex-deputada federal Sueli Vidigal (PDT), esposa e mãe, abriram a temporada de vídeos nas redes sociais e de “gastar sola de sapato”. Logo após deixar a pasta da gestão Renato Casagrande (PSB), apareceram juntos em solenidade de assinatura de ordem de serviço e em festival de gastronomia. Os registros se somam a publicações de Serginho em que se apresenta à população e também mostra momentos com sua família, além de correr por outras agendas políticas, com aliados do pai e o próprio prefeito Weverson. Uma das frases já lançadas e propagadas é: “herdei deles o amor pela Serra e o compromisso com as pessoas”. A meta de Sergio Vidigal, porém, não é nada simples e exige a formação de uma chapa forte para a eleição proporcional, que se desenha mais uma vez acirrada. Ele também passará a se dedicar 100% a esse projeto, como tem declarado publicamente. Longe, por ora, das movimentações ao Palácio Anchieta, depois de integrar a lista principal de cotados, o ex-prefeito garante que será peça fora do baralho do próximo ano, assim como Sueli. Quer dizer, a “marca” Vidigal, do ponto de vista do legado familiar, vai depender justamente do sucesso da empreitada de Serginho. Veremos as próximas cenas…
Vazio
O PDT, hoje, só tem um deputado estadual, José Esmeraldo, que está de saída. O problema seria exatamente os riscos eleitorais que pode correr sem uma chapa forte para o ano que vem. Na Câmara Federal, o partido não tem ninguém…
Vazio II
…em 2022, a expectativa de conseguir uma cadeira era alta, com as candidaturas da própria Sueli e do jornalista Philipe Lemos, ex-secretário municipal da Serra e hoje dirigente da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan). Eles até foram bem votados – 58,2 mil e 45,2 mil, respectivamente -, mas não levaram, porque o partido não somou os votos necessários.
Vazio III
O cenário, até segunda ordem, é de ausência de quadros e sem puxadores de votos conhecidos – Philipe sinaliza trocar de legenda. A pergunta que não quer calar, portanto, é uma só: quais cartas na manga Vidigal terá para jogar?
Lista extensa
Por falar em Weverson, a saída de Diogo Cosme do cargo de secretário de Saúde ocorre em meio à intensificação de denúncias e à abertura de sindicância relacionadas à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Serra-Sede. Na lista, então “assédio moral, perseguição, abuso de poder e favorecimentos”, como detalhado em matéria da Mariah Friedrich aqui em Século Diário. Pior: o caso não seria isolado, expondo mais desgastes na área.
De volta
Quem assumiu o lugar foi Fernanda Coimbra, que estava no cargo antes de Diogo – ele durou menos de cinco meses – e tinha sido nomeada para comandar a Secretaria de Assistência Social (Semas), agora sob responsabilidade de Graziela Dalla Pagani.
Sem respostas
Como os problemas na UPA são registrados desde 2024, a “nova” secretária também já os conhece. Os servidores aguardam providências e a oposição no município, como se sabe, há muito tempo elegeu esse tema como prioridade. E aí, prefeito?
Munição
A mudança, aliás, foi tema de mais uma crítica do deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos) em vídeo nas redes sociais, com imagens de pessoas nas unidades à espera de atendimento, remédios e exames. “Caos”, “negligência”, apontou, emendando: “quem está cuidando de verdade da saúde da nossa gente?”.
Próximo round
Muribeca, que disputou o segundo turno das eleições de 2024 contra Weverson, é outro que pode “subir” para disputar a Câmara Federal no próximo ano ao invés de tentar a reeleição. Com Serginho no páreo, de fato, neste caso seria mais um embate entre os grupos antagônicos na Serra e outra guerra atrás dos votos dos eleitores.
Nas redes
“(…) trabalhadores que lutavam pacificamente por condições dignas de trabalho foram brutalmente reprimidos pela Polícia Militar do Espírito Santo (…) cenas que nos chocam. Bala de borracha, spray de pimenta, agressões e intimidação contra quem apenas exigia seus direitos. Inaceitável. Não vamos nos calar diante dessa violência”. Raniery Ferreira, vereador de Vitória pelo PT, sobre reação da PM a protesto realizado na ArcelorMittal por demandas trabalhistas.