Enquanto Hartung faz seu jogo, Renzo segue o “fluxo” do governo Casagrande

Como de hábito em toda eleição – e já analisado aqui na coluna -, o ex-governador Paulo Hartung, agora no PSD, move as peças no tabuleiro de 2026 para impor seu jogo eleitoral, tendo como principais focos, até agora, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), o nome da oposição ao Palácio Anchieta, e mais recentemente, o deputado estadual Sérgio Meneguelli, colocado como candidato ao Senado – ele deixaria o Republicanos para se filiar ao PSD. São planos desenhados para derrotar seu inimigo político, Renato Casagrande (PSB), que por sua vez coloca gás no vice, Ricardo Ferraço (MDB), outro inimigo de PH, e o próprio governador vai para o Senado. O que tem chamado atenção, porém, é que o prefeito de Colatina, Renzo Vasconcelos, presidente estadual do PSD, não barra as movimentações de Hartung, mas também não tem feito coro publicamente e, em caminho contrário, virou presença constante em agendas do governo, que não sai mais de Colatina, com anúncios de obras e afins, sem falar das andanças paralelas de Ricardo Ferraço ao lado do prefeito. O PSD, hoje, é considerado a principal perna da aliança com Pazolini junto com o PL, na meta da oposição de formar uma frente de direita para o pleito. O cenário atual lança um “porém” no ar e coloca, por ora, o partido na mesma condição da superfederação União Progressista (UP): ambos transitam pelos dois lados, imprimindo às negociações por alianças uma dose de suspense, somada a apostas trocadas do mercado.
Vale tudo
Os movimentos de Hartung e do governo na direção de Colatina intensificam o cabo de força, com um grupo querendo barrar o outro. A pergunta é: se lá na frente, predominasse uma divergência interna no PSD, quem falaria mais alto? E Casagrande, o que teria a oferecer ao partido? Vale lembrar: Renzo tem compromisso com Serginho, devido ao apoio recebido na disputa de 2024.
Desenhos
Na amarração ao Senado, o campo para o PSD se desenha mais aberto na chapa de Pazolini. Maguinha Malta (PL) é a imposição do PL, e a outra vaga, apesar dos outros postulantes, encontra mais peso no partido de Renzo-Hartung. Do lado de Casagrande, tem além dele o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), e o deputado federal Da Vitória, futuro presidente da UP.
Mão amiga
Euclério, aliás, pegou mais uma vez na mão de Ricardo Ferraço e realizou outra edição do evento batizado de “Vamos nessa” em Cariacica, nessa terça-feira (27). A estratégia entra na lista de ações para consolidar Ferraço na disputa ao governo, valendo-se do território eleitoral dominado pelo prefeito, que bateu mais de 88% de votos nas urnas em 2024.
Mão amiga II
Quem também ligou os holofotes na direção de Ricardo foi o deputado federal Gilson Daniel e o prefeito de Viana, Wanderson Bueno, do Podemos. O palco foi a festa dos servidores do município, realizada nessa terça. O partido dos aliados foi o primeiro a declarar apoio a Ricardo. Wanderson, como se sabe, é apadrinhado político de Gilson, ex-prefeito de Viana, mas que mantém os dois pés fincados na gestão.
Um atrás do outro
Sobre Colatina, os anúncios do governo se intensificaram neste mês de outubro. Nesta quarta (29), foi divulgada a assinatura de um novo termo de cooperação para construção da Terceira Ponte, que envolve ainda acessos e conexões com a BR-259 e a ES-080. No sábado (25), o edital para implantação e pavimentação da Rodovia ES-442, que faz ligação entre o município e Linhares.
‘Parcerias sólidas’
Poucos dias atrás, depois de uma série de inaugurações anteriores em Colatina, Ricardo Ferraço esteve por lá para encontro com Renzo e vereadores. “Estamos avançando com parcerias sólidas, transparência e planejamento”, exaltou o vice-governador.
Para inglês ver
A propósito, sobre o Dia do Servidor, muitos discursos de gestores públicos e nada de ações efetivas de valorização. Passou totalmente em branco na principal reivindicação das categorias: reajuste salarial e ganhos reais nas carreiras. Ficaram só no parabéns.
Que vergonha…
Quando você pensa que não pode piorar mais…o governo do Estado e o Ministério Público (MPES) simplesmente encerraram o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com a poluidora Vale e ArcelorMittal desde 2018, e com confetes! Nunca foi cumprido como deveria, não reduziu a poluição do ar, atrasos e mais atrasos…e assim seguem em curso as relações promíscuas com o empresariado no Espírito Santo.
Nas redes
“(…) A Câmara dos Deputados acaba de aprovar [terça, 28] nosso Projeto de Lei 5041/25, que proíbe as companhias aéreas de cobrar essa taxa abusiva [mala de mão]. É uma vitória do consumidor brasileiro, que já paga caro pela passagem e não pode arcar com mais essa despesa injusta”. Da Vitória, deputado federal pelo PP.

