Sábado, 04 Mai 2024

Novas (nem tanto) configurações

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Leonardo Sá

Ventilada desde 2018, a incorporação do PSC ao Podemos, enfim, está consolidada. O anúncio foi feito nessa terça-feira (22) e a mudança será oficializada em convenção no início do próximo mês. A fusão, que serve também para driblar a cláusula de barreira – o PSC não a atingiu este ano -, aumentará a bancada no Congresso a partir de 2023, passando a 18 deputados federais e sete senadores. Já nas assembleias, serão 48 parlamentares. No cenário do Espírito Santo, isso representa alteração apenas da bancada de deputados estaduais. O Podemos ganhará mais uma cadeira, somando quatro, o que o iguala ao Republicanos, ficando atrás apenas do PL bolsonarista. O partido, aliado de primeira fileira do governador Renato Casagrande (PSB), terá no legislativo estadual o veterano Marcelo Santos e os novatos Lucas Scaramussa e Allan Ferreira, e o reeleito Alexandre Xambinho, que estava em carreira solo pelo PSC. Na Câmara Federal, tudo continuará igual, tratando-se do Estado. Isso porque o Podemos elegeu o ex-secretário e ex-prefeito de Viana Gilson Daniel e o vice-prefeito de Vila Velha, Victor Linhalis, mas o PSC saiu de mãos abanando: não conseguiu manter a cadeira de Lauriete e não emplacou o recém-chegado ao partido, Renzo Vasconcelos, apesar da alta e até surpreendente votação para um deputado estadual em primeiro mandato e já estreando na disputa de Brasília - 82,2 mil. No campo do Senado, nem cosquinha, afinal, Podemos nem PSC estava no páreo. Estão aí, portanto, as novas, mas nem tanto, configurações do mapa político capixaba.

Base
No sentido prático, Xambinho já atuava em sintonia com Casagrande, mas a integração oficializa a ampliação da base governista. Até porque, o PSC adotou algumas posições divergentes nas eleições deste ano. Veja...

Lados
...na disputa ao governo, estava do lado do projeto do presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), que naufragou, mas se manteve no mesmo bloco, com a candidatura dele ao Senado e sem apoiar ninguém ao governo. Já no segundo turno, o presidente estadual, Reginaldo Almeida, ficou com a oposição, liderada por Carlos Manato (PL).

Lados II
A deputada federal Lauriete, por sua vez, declarou apoio a Casagrande, assim como Renzo Vasconcelos, que foi além, atuando na campanha que vendeu o voto "Casanaro" – no governador e em Jair Bolsonaro (PL). A estratégia adotada no segundo turno, também pelo próprio Casagrande, foi essencial para impedir a migração dos votos do presidente, campeão no Estado, para Manato.

Municípios
A união entre os partidos também tem efeitos nas prefeituras e câmaras de vereadores. O Podemos contará com 198 prefeitos e 3 mil vereadores. Por aqui, já tem duas prefeituras estratégicas e contempladas pelo governo: Vila Velha, com Arnaldinho Borgo, um dos principais cabos eleitorais de Casagrande este ano, e Wanderson Bueno, de Viana, pupilo e sucessor do presidente estadual da sigla, Gilson Daniel. Entrará mais um polo importante: Colatina, com Guerino Balestrassi, hoje do PSC.

Jogadas
Na área da Assembleia, aliás, Podemos já se movimenta de olho na eleição da Mesa Diretora, em fevereiro próximo. Ou melhor, Marcelo Santos! O deputado diz que não, mas tem feito movimentos que indicam, sim, interesse em assumir o comando. Nos últimos dias, até coletiva de imprensa convocou e fez aquela jogada dupla: é aliado do governo, mas está pronto para espalhar as críticas, se necessário. E foi o que fez.

Forças
Com a fusão entre PSC e Podemos, adotando o segundo nome e o número 20, a bancada dividirá forças com a oposição, representada principalmente pelo PL, que tem cinco deputados: Capitão Assumção, Lucas Polese, Danilo Bahiense, Callegari e Zé Preto. Já a atuação do Republicanos, embora desse mesmo campo...

Forças II
...ainda é uma incógnita! Hudson Leal não atrapalhou o governo na atual legislatura e Sergio Meneguelli, o recordista de votos, ficou neutro na disputa ao governo. Os outros são o ex-vereador de Aracruz Alcântaro e Bispo Alves. A conferir!

Forças III
O PSB, de Casagrande, só para lembrar, vem depois, com três cadeiras: Tyago Hoffmann, Janete de Sá e Dary Pagung.

Nas redes
"(...) Parem de criar, a todo custo, uma narrativa pra não validarem o resultado das urnas. Vocês perderam! Parem de tumultuar o país. A Câmara Municipal de Vitória sendo mais uma vez um péssimo exemplo para a política". Vereadora Karla Coser (PT) sobre a aprovação, nesta quarta-feira (23), de uma moção de repúdio ao ministro Alexandre de Moraes.

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