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O novo PSDB

Arnaldinho recua do jogo? Prefeitos e vices aumentam a debandada – para onde vão os rebelados?

Leonardo Sá

A confirmação da filiação do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, ao PSDB, incrementada com a tomada do partido no Estado e o interesse persistente de disputar o governo, bagunçou o tabuleiro de 2026 e abriu novas perguntas nos bastidores. Se até agora estava difícil imaginar o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) fora da disputa à sucessão, os recentes passos de Arnaldinho também o colocam na mesma condição. E aí, o nó principal se concentra na possibilidade de consolidação desses dois palanques, o que geraria um racha no bloco do governador Renato Casagrande (PSB). A articulação de Arnaldinho, feita por cima, com o novo presidente do ninho tucano, Aécio Neves (MG), força, de imediato, que o governador faça movimentos ainda mais claros e incisivos em prol de Ferraço. Não à toa, já há sinalização de lançamento do palanque para os próximos dias, numa tentativa de demarcar o campo claramente. Como essa movimentação de Arnaldinho vai reverberar na relação com Casagrande, ainda não se sabe! O que se percebe, por ora, é um desconforto sobre a forma como o processo de filiação se firmou, sem conversas com a executiva estadual do PSDB, partido aliado do governo. Outro ponto também relevante que gera burburinho no mercado é a debandada dos atuais quadros do partido com mandato. Depois de nomes como dos deputados Vandinho Leite e Mazinho dos Anjos, candidatos em 2026, e de outros com trajetória eleitoral, como Max Filho, prefeitos e vice-prefeitos enviaram cartas a Arnaldinho nesta terça-feira (9), deixando o PSDB esvaziado dos eleitos de 2024. Em quais legendas o primeiro bloco receberá abrigo, considerando que as chapas já estão em formação? O que Arnaldinho tem na manga para suprir todos os espaços e reposicionar o ninho tucano, que vem há anos perdendo campo e força? São as primeiras perguntas…de muitas!

Firme e forte

Arnaldinho, como analisado aqui outras vezes, demonstrou desde o início das articulações para 2026 muita “sede ao pote” de representar o palanque palaciano, convencido de ter as condições necessárias para enfrentar o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos). Depois de iniciativas meio tumultuadas, pisou um pouco no freio publicamente, mas foi por pouco tempo, como mostra o desfecho no ninho tucano.

Juntos

O encontro do PSB, partido de Casão, realizado logo após a costura, já veio nesse tom reforçado da escolha por Ferraço. O próprio vice tem feito publicações nas redes sociais. Em uma delas, de fala feita no evento, disse que “está pronto e determinado”. Em outra, que “eu e o governador Renato Casagrande seguimos juntos, cuidando do que é urgente, planejando o que é importante e entregando o que faz diferença na vida de cada capixaba”.

Novos rebelados

Nesta terça, Vandinho Leite, ex-presidente estadual do PSDB e principal prejudicado na nova configuração, postou foto ao lado de prefeitos e vices, com a seguinte legenda: “Política se faz com gratidão, lealdade e história. Laços construídos com parceria mútua não se rompem – se fortalecem”.

Novos rebelados II

Na prática, com a movimentação, o ninho tucano ficou sem prefeitos no Estado. Entregaram cartas de desfiliação Kleber Medici (Santa Teresa), Marcos Guerra (São Roque do Canãa), Joadir Lourenço (Laranja da Terra) e Doutor Lucio (Mantenópolis).

Novos rebelados III

Seis vices também pegaram o embalo: Maurício do Hospital (São José do Calçado), Professora Kaydman (Alegre), Zé Marcos (Muqui), Valter Felix (Ecoporanga), Glauber Tonon (João Neiva) e Marcão Bernardes (Bom Jesus do Norte).

Lista

Nas cartas, os prefeitos e vices apontam “alterações relevantes do estatuto, que restringiram direitos, concentraram poderes e comprometeram a democracia interna”; “intervenções partidárias que afetaram diretórios e reduziram a representatividade local”; e supressão de convenções e participação da base, inviabilizando o processo democrático e a autonomia dos diretórios municipais.

Lista II

A Nacional também entrou no contexto. Os agora ex-tucanos apontam “grave crise institucional, marcada por instabilidade, disputas internas e mudanças abruptas de orientação política, rompendo a identidade que motivou a filiação”.

Acomodações

No caso dos prefeitos e vices, a debandada é imediata, com base na alegação de justa causa à Justiça Eleitoral. No dos deputados, é preciso aguardar a janela partidária, no início do ano que vem. A aposta é que os prefeitos e vices sigam os passos partidários de Vandinho. A essa altura, já deve ter partido atrás de levar o bloco inteiro!

Nas redes

“Voltar a Cachoeiro, a cidade onde meu pai Magno Malta deu os primeiros passos da sua vida pública, mexe comigo de um jeito especial. Aqui, eu não só vejo o início da carreira dele, eu sinto o peso, o privilégio e a responsabilidade do propósito que Deus escreveu para a nossa família (…). E foi esse mesmo Deus que, anos depois, tocou o meu coração e me mostrou que eu também tenho um caminho a trilhar (…)”. Maguinha alta, candidata ao Senado pelo PL.

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