Palanque de oposição

Uma aliança que une PSD e DEM está em negociação para derrotar o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim (sul do Estado), Victor Coelho (PSB), candidato do governador Renato Casagrande. As conversas são conduzidas pelo presidente do PSD no Estado, Neucimar Fraga, e pelo "casal DEM", deputado estadual Theodorico Ferraço e federal Norma Ayub, e, caso terminem em casamento eleitoral, terão no mesmo bloco da disputa municipal a vereadora Renata Fiório (PSD), ligada à Igreja Católica, e o apadrinhado de Theodorico e Norma há anos, o advogado e ex-superintendente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Diego Libardi, atual presidente estadual do DEM no lugar da deputada. A nova negociação foi tornada pública por Neucimar e Theodorico, que se reuniram em Itapemirim nessa quarta-feira (19), junto também com Renata Fiório e Norma. A movimentação joga luz no documento assinado anteriormente por Diego e a advogada Fayda Belo, do PP, que disputou a Câmara dos Deputados em 2018, firmando parceria para o projeto chamado "Cachoeiro Pode+". Nesta quinta-feira (20), foi a vez de Theodorico debater o assunto com Diego e Fayda. O deputado garantiu que a composição está mantida e que o PSD chegaria para somar ao bloco. Mas, para manter o alinhamento dos três partidos, uma das pernas terá que recuar do projeto de chapa principal. As movimentações de Theodorico para emplacar Diego, que já sinaliza os pontos de combate ao principal adversário, o prefeito Victor, indicam até agora que ele será o candidato do palanque. Nessa segunda-feira (17), Theodorico divulgou vídeo nas redes sociais em que critica os últimos anos do município, "uma liquidação terrível", como apontou ao falar de desemprego, e convocou os "velhos amigos e companheiros de Cachoeiro" a anotarem o nome de Diego, seu candidato a prefeito. "É o cara!", exaltou. Quem fechará junto para enfrentar a máquina - tudo indica na vice - é o que o mercado político quer e precisa saber.

Sem abalos
O PSD também já tinha anunciado aliança com o PMN, mas como o partido não tem pré-candidato, as atuais conversam não alteram o cenário. 

'Poréns'
No caso de Fayda, não dá pra ignorar o fato que o presidente estadual do PP é Marcus Vicente, aliado fiel do governador e secretário da estratégica pasta estadual de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb). Os dois partidos tocam suas estratégias eleitorais separados, mas nem tanto! Cachoeiro, por exemplo, é um dos municípios prioritários ao projeto de poder de Casagrande.

Queixas
Já o PSD de Neucimar é o mesmo do deputado estadual Enivaldo dos Anjos, que reclamou no plenário da Assembleia nessa quarta-feira (19) da falta de comando e lealdade do PSB e do governo na composição das alianças eleitorais deste ano. O partido é da base de Casagrande, mas...

PSL x PT
As outras peças que mais aparecem em movimentações, como já dito aqui, são o vice-prefeito Jonas Noqueira, ex-PSL e atual PL, de Magno Malta, que insiste em tentar colar sua imagem no presidente Jair Bolsonaro, e, do lado antagônico, a candidata do PT, professora Joana D'Ark Caetano, ex-secretária da gestão de Carlos Casteglione, prefeito por duas vezes e principal cabo eleitoral da correligionária.

Quer porque quer
Por falar em Theodorico Ferraço, o presidente da Câmara de Vitória, Cleber Felix, o Clebinho (DEM), foi até Itapemirim atrás do deputado para reafirmar sua candidatura à prefeitura pelo partido. É que Clebinho, depois da liberação da Justiça do ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, passou a ser o "plano B" do DEM - o primeiro é uma aliança com o tucano. Clebinho voltou garantindo que tem apoio e recebeu, nesta quinta, visita de Theodorico na Câmara.

'Em breve'
O deputado federal Evair de Melo (PP), um dos oito vice-líderes do governo Bolsonaro na Câmara, avisou nas redes sociais que, depois de "saboroso almoço", alinhou a vinda do presidente ao Espírito Santo, "em breve". Não veio nem em momentos esperados e necessários, virá agora? A conferir!

Juntos e misturados
O tal almoço foi junto com outros 22 parlamentares e sete ministros, nessa quarta-feira, no Palácio do Planalto, para coroar a aliança do presidente com o Centrão.

Sem reajuste
Como sinalizado horas antes por Rodrigo Maia (DEM-RJ), a Câmara dos Deputados manteve, na noite desta quinta-feira (20), a proibição de reajustes e progressão funcional até 31 de dezembro de 2021 para servidores públicos que atuam na linha de frente no combate ao coronavírus (saúde, segurança pública, limpeza urbana e serviços funerários). O placar foi 316 x 165 votos, com apoio de quatro dos dez deputados da bancada capixaba: Soraya Manato (PSL), Evair de Melo (PP), Amaro Neto (Republicanos) e Felipe Rigoni (PSB).

Era uma vez
O "acerto", como queria Jair Bolsonaro e governadores, foi feito após o Senado derrubar o veto do presidente sobre essas categorias nessa quarta, o que causou polêmica em Brasília. Dos três senadores do Estado, Fabiano Contarato (Rede) e Marcos Do Val (Podemos) votaram a favor dos reajustes. Já Rose de Freitas (Podemos) não votou (correu?).

A salvo
O congelamento só não atinge quem conseguiu o reajuste, mesmo que escalonado, antes de decretada a calamidade em decorrência da pandemia do coronavírus. No Estado, representa mais de 15 mil servidores: o tumultuado caso dos operadores da Segurança Pública, que instalou uma crise por dias, e os defensores públicos, que terão reajustes anuais até 2022.

PENSAMENTO:
"Um bom começo é a metade". Aristóteles