Paulo Hartung, os sinais de candidatura, e depois o “nada”…o que mais vem por aí?

Publicações nas redes sociais, entrevistas, movimentações políticas e partidárias…e depois, um belo “nada”! Refiro-me, sem sombra de dúvidas, ao ex-governador Paulo Hartung, que acaba de se filiar ao PSD, em São Paulo, declarando aos quatro cantos que não será candidato em 2026. A estratégia é a mesma de muitos outros pleitos, quando Hartung ressurge no cenário, emite sinais de retorno, é incensado a torto e a direito, e, assim, emplaca a jogada da qual já se tornou especialista: segurar e embaralhar o tabuleiro no Espírito Santo. Desta vez, ele acompanhou o tempo das articulações iniciadas com uma antecedência impressionante no mercado político capixaba, e esperou assinar a ficha no PSD para soltar, em declarações à imprensa local e nacional, que somente ajudará na formação de novos líderes e no “campo das ideias e de projetos”. PH voltou a um partido após quase sete anos e, com suas articulações nos últimos meses, abriu cotações para disputar, principalmente, o Senado, cenário em que enfrentaria seu principal adversário, o governador Renato Casagrande (PSB). Junto com esse enredo, passou a jogar constantes confetes públicos ao nome da oposição, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), mirando agora, também, em outro político jovem e com densidade eleitoral, porém aliado de Casagrande, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido). As cartas lançadas mexem, portanto, justamente com os projetos do governador, hoje concentrados no vice, Ricardo Ferraço (MDB), mas com abalos recentes em torno de Arnaldinho, que foi conversar, veja só, com o PSD! A mais de um ano das eleições, a mão de Hartung ainda deve pesar bastante por aí…alguém aposta que não?
Recados
Por aqui, as entrevistas do ex-governador também mandaram recados críticos ao grupo de Casagrande. Hartung, que se perpetuou no poder por anos e até hoje vive de alimentar seu ego político, defendeu a “renovação” e a “alternância de poder” para o governo, mais uma vez citando Pazolini e Arnaldinho, e falou ainda em “fadiga de material” e “condomínio de poder”.
‘Muito feliz’
No ato de filiação ao PSD, nessa segunda-feira (26), entre as muitas declarações do presidente nacional partido, Gilberto Kassab, sobre Hartung, frases como “ser candidato é uma decisão para lá na frente” e “ficaria muito feliz em vê-lo governando o Estado ou como senador da República”.
Caminhos
No campo nacional, área em que Hartung também flerta, o PSD mira em uma candidatura própria à Presidência da República, com Ratinho Júnior (PA) ou Eduardo Leite (RS), mas também pode fechar apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), gestão da qual Kassab faz parte.
Empacado
Na hipótese de Hartung ser candidato, a articulação seria uma composição na chapa de Pazolini como um dos nomes ao Senado. Esse campo segue embolado, e com o ex-governador segurando o jogo, assim permanecerá…
Nomes
….até agora, os demais interessados são o deputado federal Evair de Melo, que teria que deixar o PP; o ex-deputado federal Carlos Manato (PL), que busca uma legenda nova; o deputado estadual Sérgio Meneguelli, que sairia do Republicanos para se filiar ao PSD, e ainda o PL, que hoje coloca gás em Maguinha Malta (PL).
Numa tranquila, numa boa
Poucas semanas depois do encontro entre o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos, e o secretário de Estado de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, para aparar de vez as arestas dentro do União Brasil, agora União Progressista, o clima segue em “paz e amor”. Os dois se reuniram com outras lideranças partidárias nesta semana, incluindo o deputado federal Da Vitória, futuro presidente da “superfederação”.
Numa tranquila, numa boa II
No União, como já analisado aqui na coluna em outras ocasiões, Marcelo puxou o protagonismo no lugar de Rigoni, que aceitou entregar o comando estadual da legenda. Ele vai atuar junto com Da Vitória nas articulações para 2026, mas a palavra final, vale lembrar, é do deputado federal. O comando do União era tudo que Marcelo queria, e conseguiu, avançando mais um degrau na sua estratégia de chegar à Câmara Federal.
Afago no eleitorado
A propósito, em mais uma frente de atuação nesse sentido, Marcelo espalha convite para um evento chamado “Dialoga, desta vez o papo é federal”. Será neste sábado (31), às 8h30, na Associação dos Militares do Espírito Santo (Aspomires). Diz ele que é prestação de contas do mandato, mas, sabe como é…
Cara a cara
A eleição interna do PT no Estado inicia, também neste sábado, os debates dos candidatos à Presidência do partido, que são a atual ocupante do cargo, deputada federal Jack Rocha, e o deputado estadual João Coser, ex-aliados e agora adversários. A eleição está marcada para o dia 6 de julho.
Cara a cara II
Os eventos serão em cinco municípios do Estado, começando por São Gabriel da Palha (região noroeste), às 9h, no Hotel São Gabriel, e São Mateus (norte), às 15h, na Sede do PT. Depois vêm Alegre, no Caparaó, e Cachoeiro de Itapemirim, no sul, no próximo dia 7; e Vitória, a Capital do Estado, no dia 14.
Cara a cara III
Os debates devem confrontar as gestões dos dois candidatos, já que Coser também dirigiu o PT por anos, num período marcado pelo afastamento do partido de suas bases e dos movimentos sociais, resultado das relações com Hartung. Ele ainda migrou para a oposição, formando uma frente com o campo do deputado federal Helder Salomão e Iriny Lopes, esta última acordada para ser a candidata da sucessão caso Coser leve a disputa.
Nas redes
“Estamos em meados de 2025 e o vale-tudo eleitoral já começou! Funk é baderna, mas curtir Calcinha Preta escondido pode, deputado? Não dá para aceitar a conveniência eleitoral! (…)”. Camila Valadão, deputada estadual pelo Psol, sobre discurso de Pablo Muribeca (Republicanos) contra a presença de Arnaldinho Borgo em uma apresentação musical.