Depois de farpas trocadas e até medida judicial, Manato e Monjardim sentam-se à mesa

Quase um mês após discursos duros no plenário da Câmara de Vitória disparados pelo vereador Leonardo Monjardim (Novo) na direção do ex-deputado federal Carlos Manato (PL), que respondeu com uma notificação judicial, os dois sentaram-se à mesa nessa segunda-feira (29), como defendiam algumas lideranças da direita do Estado, para afastar qualquer cisão no bloco. O vereador Armandinho Fontoura (PL) se apresentou como interlocutor do “cachimbo da paz” e garantiu que o encontro terminou em reconciliação, em nome da “união” necessária para as eleições de 2026. O resultado da conversa teria gerado um compromisso de Manato de desistir do processo contra Monjardim, em que apontou “injúria”, “difamação”, “danos morais” e “abalo à reputação”, enquanto o vereador destacou “que é bom fechar o ano sem conflito ou mal entendido” e falou em “maturidade para superar as diferenças e tirar a esquerda do poder”. Tudo começou por conta de uma fala de Manato em evento da direita, quando teria tratado a candidatura ao Senado de Monjardim como “factoide”. O próprio Manato também tenta se inserir na disputa, mas até agora não encontrou espaço para erguer o palanque. Os dois fazem parte do bloco do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), e a “guerra declarada” passou a ser explorada pela oposição em plenário para mostrar a divisão e falta de alinhamento da direita no Estado. A considerar o tom do embate entre os dois, quem diria um clima de “paz e amor”, assim, tão rápido, hein?! A política e suas “nuvens” e conveniências…
Paz e amor II?
A propósito, nem Monjardim nem Manato divulgaram o encontro nas redes sociais, que contou com a presença ainda do presidente estadual do Novo, Iuri Aguiar. Tudo ficou por conta de Armandinho, que lá atrás, no primeiro capítulo da história, já tinha sugerido um almoço para aparar as arestas.
Recapitulando…
Entre uma extensa lista de adjetivos negativos, Monjardim chamou Manato de “incompetente”, “despreparado”, “desqualificado” e “uma vergonha para a direita do Espírito Santo”. Completou ainda com “político turista”, que só aparece em eleição, e ergue candidatura com foco em negociatas e interesses próprios, como eleger sua mulher, Soraya Manato (Republicanos).
Recapitulando II
Também disparou: “seja homem, digno; não me meça pela sua régua; toma vergonha na cara!”, e avisou que iria “até as últimas consequências” no embate. Não foi o caso…
Justiça
A reação veio poucos dias depois, com uma Notificação para Explicações movida por Manato contra Monjardim, com 15 perguntas sobre quais foram as intenções do vereador com suas declarações. Caso as respostas não fossem satisfatórias, a defesa do ex-deputado avisou que ajuizaria uma ação penal privada. Também não será o caso…
Alvo
Para não fugir à regra, a prestação de contas de Pazolini na Câmara de Vitória, nesta terça-feira (30), foi um festival de teatro e elogios rasgados. Na falta da vereadora Karla Coser (PT), que sempre fez uma oposição mais consistente em relação à gestão municipal, o prefeito elegeu Pedro Trés (PSB) para seu único momento de embate político.
Alvo II
Pedro Trés fez perguntas básicas sobre questões que considera problemas da cidade, e não respondias em requerimentos feitos à prefeitura, num tom muito ameno e educado, e exaltou a contribuição do Governo Casagrande, seu correligionário, no desempenho da Capital. Foi a brecha ideal para Pazolini dar um show de respostas e acusações ao vereador.
Alvo III
A mesma postura não foi registrada, nem de longe, em relação aos outros dois vereadores do PSB, Bruno Malias e Aloísio Varejão, e nem com Professor Jocelino (PT) e Ana Paula Rocha (Psol), que costumam ser muito mais críticos à gestão no dia a dia do plenário do que o próprio Pedro Trés.
Pausa
A coluna faz uma pausa para um rápido período de descanso e volta em breve! Feliz Ano Novo, e um 2026 com muitas notas políticas!
Nas redes
“(…) seguimos somando forças com lideranças do campo progressista pela reeleição do presidente Lula e do senador Contarato, pela candidatura de Helder Salomão ao governo, e pelo fortalecimento das nossas bancadas federais e estaduais. É com diálogo, participação e compromisso com o povo capixaba que vamos retomar o protagonismo político no nosso Estado (…)”. João Coser, deputado e presidente estadual do PT, e seus votos para 2026.

