Saídas de Pazolini e Cris Samorini: pedido de informações, cobrança e silêncio…
As viagens do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), e da sua vice, Cris Samorini (PP), que somente vieram à tona pela propagação de um vídeo nas redes sociais, deixaram uma nuvem de mistério e perguntas no ar. Nos bastidores, só se fala nisso desde essa quarta-feira (14), dia em que a informação se espalhou. Para fora, porém, a regra tem sido o silêncio. Até o plenário da Câmara de Vereadores ficou vazio, e a sessão acabou caindo. Trago, aqui, as duas isoladas manifestações sobre o caso. O vereador Darcio Bracarense (PL) apresentou um pedido de informação para saber se as viagens tiveram caráter institucional ou particular. Citando a Lei Orgânica do município, apontou em plenário que o prefeito e a vice poderiam se ausentar, desde que comunicado à Câmara, o que não foi feito. “Isso é grave, sério, precisamos discutir tecnicamente esse assunto, ficamos sem entender o que aconteceu”. Darcio acusa “desleixo” e aponta possibilidade de os dois terem incorrido em improbidade administrativa e peculato. O vereador garante que, a depender da resposta ao seu pedido, vai requerer o afastamento dos cargos. O outro discurso veio da oposição, Ana Paula Rocha (Psol). “Se o prefeito e a vice se ausentam, se a cidade não tem governo, isso precisa ser respondido”, cobrou, emendando: “a cidade quer saber: é uma agenda oficial, foi alguma representação?”. Ana Paula ainda acrescentou: “é o prefeito que diz que não tira férias, que não deixa a cadeira vazia, e o que é isso, se ausenta e não comunica?”. Sobre o plenário esvaziado, Pedro Trés (PSB) assim definiu, sem entrar nos pormenores: “confesso que nunca vi esse retrato”. ‘Operação abafa’…
O fato
Pazolini foi ao Encontro Maranhense de Controle, em São Luís, uma agenda oficial. Na última sexta-feira (9), expôs sobre a temática “Programa Estadual de Regularização Fundiária Urbana (Reurb-MA). Cris estava em Teresina, Piauí, pelo que se sabe, a passeio. O prefeito foi para lá, e os dois apareceram em um show do Calcinha Preta no sábado (10). O registro foi feito em um vídeo curto, porém causador de estrondoso barulho.
Nacional
Até então, assim como a base aliada, o prefeito e a vice seguiam por aqui com suas agendas sem tocar no assunto. Nesta quinta (15), depois de o caso ganhar alcance nacional pelo conhecido e polêmico Leo Dias, a prefeitura se manifestou e negou irregularidades…
Pontos
Diz a nota que a ausência simultânea do prefeito e da vice-prefeita por até 15 dias não precisa ser comunicada à Câmara e está em “total conformidade” com a Lei Orgânica. E, ainda, que não consta, “nos registros oficiais, solicitação ou recebimento de diárias e passagens aéreas emitidas em nome de Cristhine Samorini, no período de 1 de janeiro a 14 de maio. A viagem do prefeito para o Maranhão é justificada no evento do TC-MA.
Gestão de crise
Também nesta quinta, o prefeito e a vice resolveram propagar vídeo que começa assim: “Sabe porque Pazolini recebe tantos ataques?”. Na sequência, diz que “o trabalho sério na política incomoda” e lista “avanços” nas áreas de educação e segurança, além de obras, investimentos e “respeito com o dinheiro público”.
Gestão de crise II
E finaliza: “pode saber, vamos fazer com o que o bom trabalho chegue a muto mais capixabas”, em referência à candidatura ao governo em 2026. Projeto, aliás, que Cris também terá papel estratégico, já que assumirá a gestão no lugar de Pazolini.
Próximas cenas
Com sessões ordinárias somente na próxima semana, veremos o que ainda vem por aí! A base entrará em campo ou usará o tempo como seu maior aliado? Agora a batata não está quente, e sim assando!
Lembrando…
Darcio Bracarense, que sinaliza não querer deixar esse caso para lá, é do PL, partido que namora o palanque de Pazolini em busca de uma aliança capaz de derrotar o grupo do governador, Renato Casagrande (PSB). O prefeito, inclusive, vem assumindo, pela primeira vez, seu lado bolsonarista e conservador, para acenar claramente a esse eleitorado.
Nas redes
“Como presidenta da Comissão de Cultura da Assembleia, e atendendo às manifestações de diversos agentes culturais do Estado, estou atenta e acompanho com responsabilidade as denúncias envolvendo o secretário de Cultura, Fabricio Noronha. Diante da gravidade dos fatos, espero do Governo do Estado uma apuração rigorosa, transparente e célere, na qual prevaleçam o legítimo direito de defesa e a verdade”. Iriny Lopes, do PT
