A bancada capixaba e a obstrução no Congresso após a prisão de Bolsonaro
A estratégia do Partido Liberal (PL) para reagir à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mirou na obstrução dos trabalhos do Senado e da Câmara Federal nesta terça-feira (5), com a ocupação das Mesas Diretoras por parlamentares do partido. As pautas levantadas são o impeachment do ministro, a anistia aos acusados do 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado. Do Espírito Santo, um dos protagonistas, por óbvio, é o senador Magno Malta, que gravou vários vídeos sentado na cadeira de presidente da Casa. O deputado do partido, Gilvan da Federal, afastado por quebra de decoro parlamentar, retornou ao cargo depois de três meses também com essa missão. No mais, dos 13 parlamentares da bancada capixaba, dois deputados entraram no bolo, Evair de Melo (PP) e Messias Donato (Republicanos). No Senado, além de Magno, o movimento cairia como uma luva para Marcos do Val (Podemos), mas ele também tem que cumprir medidas cautelares e agora usa tornozeleira eletrônica. O primeiro capítulo pós-turbulência está posto, veremos os próximos!
Sem prazo
Em uma de suas lives, Magno Malta garantiu que os parlamentares do PL passarão a noite nas Mesas Diretoras e ainda depois, até que as demandas sejam colocadas em pauta. A obstrução teve início às 11h. Previsão, portanto, de embates nas próximas horas!
Conveniências
Um ponto interessante é que Magno fala também do caso do Marcos do Val, e o defende. Os dois não se relacionam e Do Val é alvo costumaz de parlamentares do PL no Estado, que o acusam de não ser bolsonarista e de ser aliado do governador Renato Casagrande (PSB). Neste caso, o que importa, porém, é o conjunto da obra contra Moraes.
Conveniências II
Na semana passada e nesta, vereadores da Câmara de Vitória, inclusive, repetiram o mesmo tom crítico ao senador devido a mais uma série de “trabalhadas”. Com a mudança de discurso de Magno, capaz do jogo virar também.
Recapitulando…
Do Val foi recebido no Aeroporto Internacional de Brasília nessa segunda com uma operação da Polícia Federal, enquanto desembarcava de uma viagem não autorizada com a família para os EUA. Recebeu uma tornozeleira eletrônica de “presente” e uma lista de restrições. Ele já tinha tido os bens bloqueados e foi multado por violar medidas anteriores.
Entre lágrimas e sorrisos
A propósito, como não poderia deixar de ser, “choveram” moções nas câmaras de vereadores nesta terça-feira. Teve de “repúdio” a Moraes, apoio a Bolsonaro…mas também contestações. A oposição ao ex-presidente está em festa.
‘Circo’
Na Assembleia, a deputada estadual Camila Valadão (Psol) abordou a obstrução no Congresso durante a sessão ordinária. Chamou a atitude da extrema direita de “um verdadeiro circo” e “chantagem”. Disse ainda, que os parlamentares anunciaram “greve de palavras” e soltou: “a sociedade agradece”!
Campo inimigo
Ainda sobre nomes do PL, o deputado estadual Callegari publicou foto nas redes sociais, nesta terça, ao lado do vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB), candidato à sucessão de Casagrande. Disse que se tratou de uma “visita institucional” para debater cooperativismo e uma lei de sua autoria, a “SOS Educação”.
Campo inimigo II
Callegari tem participado das manifestações puxadas pelo PL, mas não é novidade, está sem espaço na legenda. Ele quer disputar o Senado, vaga fechada para Maguinha Malta, filha de Magno. O deputado nega, nega, mas logo deve deixar o partido.
Nas redes
“Diálogo com o capixaba e presidente do Republicanos de São Paulo, Roberto Carneiro (…) tivemos uma conversa muito bacana sobre o país, o cenário eleitoral e os projetos que unem os estados”. Da Vitória, deputado federal pelo União Progressista (UP), que até segunda ordem, está no palanque oposto ao de Carneiro, leia-se do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini.
