Conhecido cabo eleitoral de Pazolini, Denninho vai pedir votos para palanque adversário em 2026

Uma constatação que já estava no mercado político ganhou ares de oficialização nesta quinta-feira (14). O deputado estadual Denninho Silva (União), conhecido por atuar como um dos principais cabos eleitorais do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), vai subir no palanque adversário em 2026. Uma sinalização nesse sentido já havia sido registrada lá atrás, quando Denninho participou do evento realizado pelo prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), em apoio à candidatura do vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB), hoje o nome de Renato Casagrande (PSB) à sucessão. A decisão de Denninho passa justamente por Euclério, seu padrinho político e tio. “Onde Euclério estiver, eu também estarei”, reforçou em vídeo publicado nas redes sociais, em que cita Ferraço. O deputado acrescenta: “(..) se Euclério falar, Denninho, ajuda, estarei ajudando, porque sei que será o melhor para o Espírito Santo”. No tabuleiro atual, como se sabe, o vice é o principal adversário de Pazolini na corrida ao Palácio Anchieta, já deflagrada. O tabuleiro fechou o campo para Denninho, acostumado a transitar pelos dois lados, apesar das gritantes contradições. Resta saber, agora, os efeitos políticos na Capital. O deputado vai abrir mão de circular colado em Pazolini em agendas, solenidades e afins? A conferir!
Capítulo anterior
O posicionamento oficial de Denninho ocorre dias após um encontro realizado em Maria Ortiz, bairro onde tem influência, com a presença do prefeito e do presidente estadual do Republicanos, Erick Musso. Segundo informações do jornalista Vitor Vogas, do ES360, as eleições foram citadas, incluindo apoio às duas candidaturas – de Pazolini e Erick, este à Câmara Federal – “no momento oportuno”.
Capítulo anterior II
Denninho negou o fato ao jornalista, que apontou ainda a reação negativa de Euclério, a ponto de bloquear o sobrinho no WhatsApp. Por outro lado, ele defendeu sua “lealdade. Palavra também usada pelo deputado na publicação desta quinta: “são mais de 25 anos de lealdade e fidelidade”.
Territórios
Em maio último, ainda sem o apoio a Ferraço, como analisado aqui na coluna, Denninho já tinha demarcado terreno em favor do tio e com respingos a Pazolini. Ele fez um discurso na Assembleia exaltando o apoio de Euclério nas eleições comunitárias de Vitória. “Foi o único que apoiou” e “tem palavra, não se esconde” foram algumas das frases lançadas, inclusive sobre Jardim Camburi. Pazolini apareceu na disputa o bairro e levou o bônus.
Projeto
No ano que vem, como se sabe, Denninho será candidato à reeleição. Ele está no partido para onde Euclério migraria, para presidir, e desistiu depois da superfederação fechada com o PP, que o colocaria no lugar de figurante. A troca de partido pelo deputado também foi levantada na ocasião, e ele teria até anuência para tal, mas ficou tudo do mesmo jeito. O União, hoje, está em campo amigo, com o presidente da Assembleia, Marcelo Santos.
Dupla
Na Serra, o ex-vice-prefeito Thiago Carreiro (União), rompido com Sergio Vidigal (PDT), faz coro à oposição exercida pelo deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos). Os dois exploraram, nos últimos dias, a determinação do Tribunal de Contas do Estado para que a prefeitura explique denúncias de irregularidades em um contrato de R$ 95,1 milhões firmado para manutenção de áreas verdes, praças e parques.
Na mira
A decisão atende à representação feita pelo próprio Muribeca, e envolve a empresa Emec Obras e Serviços S.A. Entre as irregularidades, estariam desvio de finalidade, superfaturamento e contratação direta irregular. A batata quente está no colo do atual prefeito e pupilo de Vidigal, Weverson Meireles (PDT).
Três é demais?
Carreiro pulou para esse lado pouco tempo depois de eleito vice de Vidigal. De lá para cá, já tentou duas eleições, de deputado estadual e vereador, mas não logrou êxito. Ele apoiou Muribeca na disputa à prefeitura em 2024 e hoje está loteado em cargo na Assembleia, por ora, sem fazer acenos para 2026.
Protesto
De licença-maternidade, a vereadora de Vitória Karla Coser (PT) protestou, nas redes sociais, contra decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) que absolveu os vereadores Davi Esmael e Luiz Emanuel, ambos do Republicanos, da acusação de violência política de gênero. Eles foram denunciados (anonimamente) por, em sessão plenária, a chamarem de “menina mimada” e de “mulher que se faz de frágil, que se faz de coitada”.
Protesto II
Karla criticou o advogado da parte contrária por “afirmar que, em nenhum momento, os acusados tiveram a intenção de me menosprezar e, além disso, sustentar que eu teria sido a responsável pelas ‘palavras ácidas’ (e aqui reforço as aspas) que motivaram as agressões”. Já a Justiça Eleitoral considerou a “conduta recriminável”, mas não viu a existência de crime. É por essas e outras, que vemos tantos absurdos perpetuados por aí…
Nas redes
“Um deputado pervertido, transfóbico e moralmente corrompido da extrema direita, que acabou de voltar de uma suspensão de três meses, decidiu me atacar. O motivo? Requeri, na Comissão de Direitos Humanos, a realização de uma audiência pública sobre a saúde mental dos homens trans e pessoas transmasculinas. E, pra gentinha da extrema direita, isso é motivo pra me atacar com ofensas pessoais, transfóbicas e misóginas (…)”. Erika Hilton (Psol-SP) em reação a Gilvan da Federal (PL).