Em meio ao turbilhão na Serra, para onde vão Serginho Vidigal e os vereadores do PDT?

O turbilhão registrado na Câmara da Serra mantém em aberto, nos bastidores, perguntas centrais que remetem às eleições de 2026 e ao PDT, do ex-prefeito Sergio Vidigal: com a “baixa” dos campeões de votos em 2024 por acusação de corrupção, apontados como apostas para a Assembleia Legislativa, o plano em torno do herdeiro da marca política perpetuada no município, Serginho Vidigal, se mantém o mesmo? E os dois vereadores do partido afastados desde o último dia 23, Saulinho da Academia e Teilton Valim, conseguirão reverter o cenário ou perderão as cadeiras tão logo vença o prazo de convocação dos suplentes pela Câmara, no início do próximo ano? Serginho, não há a menor dúvida, será peça do tabuleiro, mas até agora, é apresentado como carta do jogo à Câmara Federal. Ele se movimenta cada vez mais nesse sentido, ao lado do pai e do prefeito Weverson Meireles (PDT), e esse projeto é essencial para o PDT, que precisa recuperar espaços depois de não eleger ninguém em 2022. Acontece que, a prevalecer a situação complicada registrada hoje com os quadros do partido na Serra, ficará ameaçado o projeto à Assembleia, outra prioridade para 2026. O PDT já anunciou que pretende fazer um deputado federal e de dois a três estaduais. Alguma chance de Serginho “descer” para a Assembleia? Mas aí, como ficaria a Câmara Federal? Muitas perguntas no ar nessa nova e – inesperada?! – sinuca de bico partidária-eleitoral.
Queda livre
Saulinho da Academia presidia o legislativo municipal pela segunda vez e foi o campeão de votos na disputa do ano passado, com 8,2 mil. Teilton Valim foi exatamente o segundo colocado, com 7,3 mil votos. Ambos cumprindo o segundo mandato e escalados para voos mais altos.
Queda livre II
Se perderem a cadeira, o que a Câmara não pretende resolver antes do prazo total de quatro meses, como reza o Regimento Interno nesses casos, eles podem ser facilmente absorvidos pela gestão municipal, inclusive em cargos de visibilidade. Mas a quantas andarão as imagens dos dois até o pleito? Esse é “x” da questão…lembrete de ocasião: o caso envolve propina e tem aúdio e muitos detalhes.
Mudanças
Os suplentes do PDT são, respectivamente, Wilian da Elétrica e Sergio Peixoto, que alcançaram – nesta ordem – 2.599 e 2.421 votos. Os outros dois vereadores afastados também são da base do prefeito, Cleber Serrinha (MDB) e Wellington Alemão (Rede) – os suplentes são Marcelo Leal (MDB) e Dr. Thiago Peixoto (Psol).
Figuração
No caso da Câmara Federal, a matemática em torno de Serginho Vidigal já se apresentava pouco atraente no mercado, justamente pela projeção elevada de votos, tendo como reboques os pais, Sergio Vidigal e a ex-deputada federal Sueli Vidigal, e ainda a máquina municipal. Afinal, quem quer entrar na chapa já sem chances de eleição? É a situação do PDT…
Concorrência
O nó abriu uma possibilidade de filiação ao PSB, do governador Renato Casagrande, de quem Sergio Vidigal é aliado. Mas com vários secretários no páreo do partido e demarcando território, também teve nariz virado para a chegada de Serginho – o PSB quer fazer de duas a três cadeiras. Agora é esperar as cenas dos próximos capítulos…
Zero a zero
Como já indicavam todos os sinais, o retorno do vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB), à mesa de negociação com os servidores do Estado, era só uma tentativa de segurar a greve convocada para esta terça-feira (7). A tal reunião agendada na véspera da assembleia que decidiu sobre a paralisação não apresentou, nesta segunda (6), absolutamente nada de novo para mudar o curso da mobilização. Foi só uma “cozinhada” – mais uma, aliás!
Preço alto
A falta de respostas sobre a reestruturação de carreiras mantém o movimento, que marca negativamente o governo Renato Casagrande (PSB). O Sindipúblicos, sindicato representativo, lembra que não há greve geral no Espírito Santo desde o período de José Ignácio – 1998 a 2002. De lá para cá, foram registradas mobilizações pontuais, de órgãos específicos e, em 2015, na gestão de Paulo Hartung (PSD), houve um rápido “apagão dos serviços”.
Campo adversário
O trio da oposição ao governo do Estado circulou pela área do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), nesse final de semana. Refiro-me ao prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, ao presidente do seu partido, Republicanos, Erick Musso, e ao deputado federal Evair de Melo (PP), que estão em campo para as eleições de 2026. Eles marcaram presença na Festa da Banana e distribuíram sorrisos e apertos de mão.
Campo adversário II
Euclério é um dos principais cabos eleitorais de Ricardo Ferraço, que também esteve no evento e, no cenário atual, é o principal adversário de Pazolini. Erick Musso é candidato à Câmara Federal, e Euclério se coloca na disputa ao Senado, área para qual Evair também é cotado, a depender dos desfechos das alianças em negociação.
Nas redes
“(…) quero parabenizar nosso prefeito Weverson Meireles, esse amigo leal, irmão de caminhada e verdadeiro filho do nosso projeto coletivo. Aceitar a convocação partidária não foi apenas um ato político, foi um gesto de coragem, desprendimento e amor pela Serra (…) seguimos com você, eu, Sérgio e Sérgio Vidigal Jr. Com gratidão, amizade e confiança por tudo o que ainda faremos juntos por essa cidade que tanto amamos”. Sueli Vidigal e os confetes lançados nas redes sociais.