Sexta, 19 Abril 2024

Tesoura pública

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Leonardo Sá

No dia que seria de mais uma reunião do governador Renato Casagrande com chefes de poderes para debater propostas de cortes em decorrência da queda de arrecadação provocada pela pandemia do coronavírus, que acabou desmarcada nessa quinta-feira (14), representantes do Sindicato dos Servidores da Assembleia e do Tribunal de Contas do Estado (Sindilegis-ES) foram para frente do prédio do legislativo, na Enseada do Suá, em Vitória, para marcar posição. Com a mira voltada para o governador, protestaram contra o que chamaram de "maldade e estratégia de diminuir e atentar contra os salários dos servidores", citando ainda o Ministério Público (MPES), Executivo e Tribunal de Justiça (TJES). Em todos os casos, órgãos que têm o orçamento inchado e devem apresentar ao governo propostas de contenção de despesas para compensar a previsão de R$ 3,4 bilhões de perdas - o próprio governo, como se sabe, também terá que fazê-la. Enquanto exaltavam o pedido de Casagrande aos poderes como um "massacre", que segundo o sindicato contraria decisões do governo federal de não cortar salários, os sindicalistas manifestaram apoio ao presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), por ter defendido na reunião passada com Casagrande a revisão do Fundo Soberano, aprovado pelos deputados no ano passado. "Não é momento de dinheiro parado", pontuou o diretor do Sindilegis, Leandro Machado, no ato realizado ao lado do presidente Gildo Gomes. O próximo capítulo da polêmica ainda não tem data para ocorrer, já que os órgãos ainda não conseguiram fechar a conta para apresentar a Casagrande. Mais dia, menos dia, porém, aparece a resposta: onde a tesoura vai passar, afinal?

Tesoura pública II
O governador, vale o registro, não especificou aos poderes em qual área os cortes deverão ocorrer. O malabarismo para encaixar os números caberá a cada um. E a conta, sem dúvida, está difícil de fechar.

Crime
No âmbito federal, com reflexo nos estados e municípios, polêmica também com o congelamento dos salários até 2021, uma exigência do governo Bolsonaro para garantir o socorro financeiro da crise da Covid-19. Neste caso, o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos) já reagiu e diz que é crime, pois contraria a Constituição Federal.

Nota A
... Tadeu Guerzet, presidente da entidade, considera "inaceitável" o governo federal propor um congelamento até para quem está diretamente no combate à Covid-19. "É injusto, nós no Espírito Santo, tendo nota A e dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), sermos penalizados. Já estamos com mais de 30% de perdas salariais", alertou.

À deriva
Por falar na pandemia, Casagrande se manifestou nesta sexta-feira (15) em suas redes sociais sobre a saída de mais um ministro da Saúde, Nelson Teich, com menos de um mês no cargo. "Mostra como estamos à deriva no enfrentamento à crise por parte do governo federal. Ou o PR [presidente] deixa o Ministério agir, segundo as orientações da OMS, ou vamos perder cada vez mais brasileiros".

Sem mudança
Apesar da expectativa da classe política local e nacional, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, na noite dessa quinta-feira (14), o calendário eleitoral deste ano. O PP havia requerido a suspensão, por 30 dias, do prazo para filiação, domicílio eleitoral e desincompatibilização, que venceu no último dia 4.

Demandas
Entidades da área de Segurança Pública se reuniram com o secretário estadual, coronel Alexandre Ramalho, para reforçar as reivindicações de proteção a policiais e bombeiros em meio à pandemia. Entre as cobranças, publicação de protocolos para execução de serviços, condições de atendimento no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória, EPIs e testagem em massa. A pauta anterior, motivo de crises nos últimos meses, também foi colocada na mesa...

Demandas II
...trata-se, como se sabe, da política de valorização dos militares, incluindo agora adequações na lei de retorno dos militares da reserva remunerada ao serviço voluntário. O primeiro ponto estabeleceu recentemente um abismo entre as categorias com o governo Casagrande. Ramalho assistiu de longe, já que não fazia ainda parte da atual gestão.

Melhoras!
A primeira-dama Maria Virgínia Moça Casagrande está internada no Hospital Meridional, em Cariacica, após sentir-se mal na manhã desta sexta. Foi constatado um pequeno acidente vascular cerebral (AVC), mas segundo o governo, ela passa bem e seguirá em observação durante o final de semana. A coluna deseja uma rápida recuperação!

PENSAMENTO:
"Não conspira quem nada ambiciona". Sófocles

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