Segunda, 29 Abril 2024

Unanimidade?

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Não é a primeira vez nem será a última que puxo esse tema por aqui, porque os discursos são recorrentes e repetitivos no plenário da Assembleia Legislativa e, nesta segunda-feira (26), chegou ao ápice de já declarar reeleito o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (União), a mais de um ano do pleito de 2024. O enredo começou com os elogios tradicionais à gestão do ex-deputado, iniciados por Capitão Assumção (PL), em decorrência da solenidade de aniversário de 133 anos do município, nesse sábado (24), que atraiu a classe política em peso e contou com a participação do governador Renato Casagrande (PSB). Daí seguiram-se os elogios rasgados por Janete de Sá (PSB), José Esmeraldo (PDT), Danilo Bahiense (PL) e Lucas Polese (PL). Todos no sentido registrado desde o início da atual gestão municipal, que vendem Euclério como uma "surpresa" e "revolução", destacando principalmente a execução de obras. Certa hora, o assunto virou de vez para o pleito, quando Lucas Polese disse que, no próximo ano, "tudo indica, a briga vai ser com o PT", e antecipou sua declaração de apoio pessoal e também da direita: "estaremos lá para não entregar esse importante município para o PT", anunciou. José Esmeraldo entrou na sequência e cravou até porcentagem: "se tiver adversário, não chega a 20%". Ninguém ganha Euclério, está eleito". A previsão, de fato, é favorável para o atual prefeito, que conseguiu atrair ex-adversários e lideranças de diferentes partidos, eliminando as forças de oposição. Mas é, mesmo, unanimidade perante a população? Em 2020, ele não teve vida fácil na disputa e o cenário permanece em aberto. Mas a campanha eleitoral, como se vê, está cada vez mais declarada e escancarada no plenário da Assembleia.

Repeteco
No PT, o nome sinalizado é novamente da ex-secretária e professora Célia Tavares, que foi para o segundo turno com Euclério na eleição municipal passada. Ela é do grupo do ex-prefeito e deputado federal mais votado em 2022, Helder Salomão, que já circula por aí para realizar eventos que chama de "Diálogos pelo Espírito Santo".

Repeteco II
Em 2020, Célia Tavares surpreendeu e avançou para o segundo turno. Obteve 41,31% dos votos, atrás de Euclério, com 58,69%. Quem ficou para trás foi o Tenente Assis, bolsonarista, na época no PTB. Célia queria disputar o Senado no ano passado, mas não conseguiu se efetivar, devido à aliança PT-PSB. Perdeu um timing importante.

Estaca zero
No legislativo, o partido ficou sem o único vereador, André Lopes, que negociou sua saída sem perder o mandato. André se aproximou de Euclério no ano passado e agora é comum aparecer em várias ações ao seu lado. Restou, portanto, apenas a cadeira de Karla Coser, em Vitória, cenário que terá que mudar no próximo pleito, para seguir o crescimento registrado em 2022 e recuperar os espaços perdidos nos últimos anos.

Então, tá, então...
Na Assembleia, na contramão desse movimento de palanque em Cariacica, um petista costuma fazer coro aos elogios disparados ao prefeito. Trata-se de João Coser! Ele também prestigiou e posou para foto com Euclério na solenidade desse sábado, que contou com desfile cívico-militar e anúncio de mais de R$ 52 milhões de investimentos pelo governo.

Restrições
Ah, vale registrar: Assumção falou de Cariacica em plenário porque está proibido de participar de eventos públicos, segundo a decisão judicial que o mantém de tornozeleira eletrônica desde dezembro do ano passado. O jeito, então, foi fazer uma visita ao prefeito nesta segunda, acompanhado de aliados do PL.

Indigesto
A expectativa da semana é a presença do secretário Luciano Gagno na Comissão de Cultura da Câmara de Vitória, após convocação aprovada na semana passada. Ao contrário do que costuma ocorrer em relação à gestão Pazolini (Republicanos), o assunto é indigesto e denunciados há meses pelo movimento Grito de Cultura e o vereador André Moreira (Psol): contratações irregulares pela pasta. A data exata ainda não foi divulgada.

Pacote
Depois de levar o caso ao Ministério Público do Estado (MPES) e ao Tribunal de Contas, Moreira protocolou o pedido de investigação na comissão. Há pouco menos de um mês, chegou a cobrar andamento pelo presidente do colegiado, Anderson Goggi (PP). Na época, Goggi reconheceu as denúncias como "robustas, muito graves, mesmo", mas destacou "cautela" antes de colocar em pauta. Pois bem, chegou a hora!

Capítulos
Essa história passou a ser mais interessante depois que o próprio Goggi foi convidado para assumir a Secretaria de Cultura pelo prefeito, mas não encarou. Naquele momento, bombava a possível ruptura entre o PP e o Governo Casagrande. Na sequência, veio a polêmica do veto ao reajuste salarial, que teve o vereador como um dos principais críticos da medida de Pazolini, e, agora, a convocação de Gagno. Quero só ver...

Nas redes
"(...) A história construída por Gil na música brasileira desde os anos 60, além de embalar a luta política, nos presenteou com a trilha sonora para toda a vida. Líder da Tropicália, militante combativo na política e músico ousado, enfrentou a ditadura e foi um ativo ministro da Cultura. Parabéns pelos seus 81 anos, Gil! (...)". Fabiano Contarato, senador pelo PT.

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