Mais: corrida eleitoral no interior; Vitória Anti-Oruam; e cassação contra vereadora do PT
Apesar da semana “mais curta”, o noticiário esteve repleto de novidades. Confira os destaques e clique nos links para acessar as reportagens completas:
Serviços públicos nas mãos da iniciativa privada
Nesta semana, várias notícias mostraram a contradição expressa na privatização de serviços públicos. Alegando descaso da EDP, empresa transnacional fornecedora de energia, moradores da aldeia indígena Tupinikim de Irajá, em Aracruz, realizaram protestos que incluíram bloqueio de uma rodovia. Só assim conseguiram ser atendidos pela empresa e autoridades.
No campo do saneamento, duas gigantes transnacionais venceram leilão para assumir operação do esgotamento sanitário em 43 municípios capixabas por meio de Parceria Público-Privadas (PPPs) com a Companhia Espírito-Santense (Cesan), prática fortemente criticada pelo sindicato dos trabalhadores da área, o Sindaema, conforme expresso na reportagem. Outra notícia vai no caminho inverso e mostra um freio no processo de entregas de serviços públicos à iniciativa privada: uma liminar suspendeu a terceirização da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Serra Sede.
Governo 2026: corrida no interior
A coluna Socioeconômicas registra a movimentação eleitoral dos pré-candidatos ao governo do Estado em 2026. Já testado eleitoralmente no interior, o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), deita e rola com a máquina do governo nas mãos, enquanto o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), busca correr atrás do prejuízo para garantir espaço para sua candidatura no campo governista. Na oposição, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), começou a circular pelos municípios em janeiro, deu uma parada, mas acaba de voltar à sua peregrinação. Os prefeitos metropolitanos precisam aumentar seu conhecimento no interior do Estado.
Vitória Anti-Oruam
Criticados por movimentos sociais e parlamentares de esquerda, a chamada Lei Anti-Oruam, aprovada pela Câmara de Vitória, foi sancionada nesta terça-feira diante da omissão de Pazolini. No dia seguinte, o Instituto Conexão Perifa, que atua no Território do Bem, encaminhou ofício ao Ministério Público do Estado (MPES), questionando a norma, por ser considerada um ataque à liberdade de expressão e ao direito à manifestação cultural, e pedindo providência do órgão judiciário diante da possível inconstitucionalidade da medida. A lei, acreditam, busca criminalizar alguns tipos de manifestações culturais, oriundas das periferias.
Pedido de cassação
Única vereadora na Câmara de Cariacica, Açucena, do PT, mulher negra, jovem, LGBT, candomblecista, vem sofrendo desde o início do mandato com a violência política de gênero típica da extrema direita bolsonarista. Nesta semana, ela denunciou nas redes sociais que um de seus antagonistas, o vereador Sérgio Camilo (União), anunciou que entrou com um pedido de cassação contra seu mandato. Embora aparentemente não haja substância para qualquer medida do tipo, é preciso estar a mais esse passo que busca ameaçar calar a voz solitária de oposição ao prefeito Euclério Sampaio (MDB), num parlamento extremamente conservador.
Açucena convocou a militância partidária e os movimentos sociais para dar uma resposta contundente em defesa do mandato eleito democraticamente. Recebeu apoio de parlamentares petistas. A vereadora também é candidata a presidente do PT em Cariacica, com uma leitura diferente da atual gestão partidária no município sobre a derrota eleitoral em 2024.
Outras lutas
Saúde dos atingidos, greve dos professores e resistência à ditadura
Neste semana, atingidos pelo crime socioambiental da Samarco/Vale-BHP se reuniram com representantes do Ministério da Saúde para debater a construção do Programa Especial de Saúde do Rio Doce, previsto no novo acordo judicial de reparação. Em Muniz Freire, uma liminar suspendeu a greve de professores do município reivindicando o pagamento do piso salarial. Outra reportagem traz uma história de luta impressionante: a argentina Ana Caracoche, que reside na Serra, conta como seus filhos foram sequestrados ainda bebês pela ditadura do país vizinho e como foi o processo até que voltassem à sua família original.
De olho na política
Democracia nas escolas, Estado laico e população em situação de rua
A sociedade capixaba está vigilante em relação a algumas ações do poder público. Um relatório mostrou que em apenas 12% das escolas públicas do Espírito Santo, os diretores acessaram o cargo por meio de processo seletivo e consulta à comunidade escolar. Sindicato de trabalhadores da área denunciam que parlamentares usam indicações de diretores para formar “currais eleitorais”. No âmbito da saúde, uma nova política sobre TDAH foi analisada com preocupação por especialistas.
Em Cachoeiro, um coletivo se manifestou contra proposta de vereador para instituir orações nas escolas. Em Cariacica, a Pastoral do Povo da Rua, ligada à Igreja Católica, vai se reunir com a prefeitura e Ministério Público para defender a construção de uma sede próprias para o Centro Especializado para a População em Situação de Rua (Centro Pop).
