terça-feira, agosto 12, 2025
20.9 C
Vitória
terça-feira, agosto 12, 2025
terça-feira, agosto 12, 2025

Leia Também:

Mais de 102 mil pessoas migraram para o Estado em cinco anos

Serra concentra maior número, com mais de 19 mil novos moradores

Edson Reis/PMS

O Espírito Santo recebeu 102,4 mil novos moradores vindos de outros estados e países nos cinco anos anteriores ao Censo Demográfico 2022, segundo levantamento divulgado nessa segunda-feira (11) pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). No ranking, a região metropolitana se destaca, com Serra na liderança, somando 19,1 mil novos moradores.

Depois vêm os municípios de Vila Velha (17,4 mil), Vitória (11,9 mil) e Guarapari (5,2 mil), na mesma região; Linhares (4,8 mil) e São Mateus (4,6 mil), no norte do Estado; além de Cariacica (3.970), também na Grande Vitória, e Aracruz (2,8 mil), no litoral norte.

Segundo o instituto, os números indicam que a região metropolitana é o principal polo de atração populacional, impulsionada pela oferta de emprego, acesso a serviços, infraestrutura urbana e oportunidades educacionais. No interior, os principais destinos migratórios são cidades com forte atividade econômica e industrial, como Linhares, São Mateus e Aracruz.

Em relação à população nascida fora do Brasil, Vitória concentra o maior número de estrangeiros residentes, com 1,6 mil pessoas – mais de 21% do total de imigrantes internacionais no Estado, que soma 7,4 mil moradores. Em seguida estão Vila Velha (1,5 mil), Serra (1,3 mil), Cariacica (471), Guarapari (398), São Mateus (173), Aracruz (146) e Colatina (134), no noroeste capixaba.

O diretor-geral do IJSN, Pablo Lira, associa parte dessa presença à instalação de empreendimentos de grande porte. “O município de Aracruz, por exemplo, conta com um percentual de imigrantes estrangeiros vindos da Tailândia, China e Reino Unido. A presença dessas pessoas pode estar ligada a instalações como a do Estaleiro Jurong e da empresa Suzano [ex-Aracruz Celulose e ex-Fibria]”, afirmou.

A representatividade de moradores nascidos em outras unidades da federação varia de acordo com a localização e as características de cada município. Em Mucurici, na divisa com a Bahia e Minas Gerais, 33,47% da população é formada por pessoas de fora do Estado. Em Bom Jesus do Norte, na fronteira com o Rio de Janeiro, o índice chega a 35,12%. Já em Pedro Canário, no extremo norte, 29,75% dos moradores nasceram em outro estado.

O levantamento detalha as principais origens dos residentes que chegaram ao Espírito Santo nos cinco anos anteriores ao Censo. Em Vitória, 25,10% vieram do Rio de Janeiro, 22,49% de Minas Gerais, 12,57% de São Paulo, 11,63% da Bahia e 7,46% do exterior. Entre os estrangeiros, destacam-se os vindos dos Estados Unidos (26,82%), Portugal (10,33%) e Itália (8,31%).

Em Vila Velha, 27,02% dos novos moradores vieram do Rio de Janeiro, 23,07% de Minas Gerais, 13,72% da Bahia, 10,35% de São Paulo e 4,60% do exterior. Entre os imigrantes internacionais, 41,97% vieram dos Estados Unidos, 11,08% do Panamá e 10,09% do Reino Unido.

Já em São Mateus, no norte capixaba, a maior parte veio da Bahia (32,95%), seguida do Rio de Janeiro (24,12%) e de Minas Gerais (21,15%). Em Guarapari, a predominância é mineira (32,09%), seguida da fluminense (27,24%).

Embora as grandes cidades concentrem a maior parte dos migrantes, o interior capixaba também abriga comunidades internacionais significativas. Em Alegre, no sul do Estado, Angola é a origem predominante; em Brejetuba (noroeste), a Bolívia; em Barra de São Francisco (noroeste), portugueses e norte-americanos lideram; e em Domingos Martins (região serrana), a Bolívia aparece em primeiro lugar, seguida por Itália, Peru e Portugal.

O estudo integra uma série de análises realizadas pelo instituto, que deve ampliar a análise em edições futuras, cruzando dados socioeconômicos para detalhar tendências e impactos mais específicos. Os pesquisadores ressaltam que, embora o volume de estrangeiros ainda seja pequeno em relação à população total, a presença de comunidades organizadas e a chegada de migrantes de diferentes países podem moldar novos cenários para o Estado.

O IJSN reforça que compreender esses fluxos é fundamental para o planejamento de políticas públicas. Cidades que recebem grandes contingentes precisam adequar serviços como saúde, educação, transporte e habitação, enquanto municípios que perdem população podem enfrentar dificuldades para manter a economia local e a oferta de serviços básicos.

Mais Lidas