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Taxistas de Vitória reclamam da obrigatoriedade de uso de novo equipamento

Pazolini e Cris Samorini fizeram propaganda de novo aplicativo no início do ano

Reprodução

Taxistas de Vitória têm reclamado da obrigatoriedade de instalação de um desacoplador digital em seus veículos, imposta pela gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos). O equipamento funciona como um integrador de inteligência artificial junto com o taxímetro, conectado ao sistema do aplicativo Táxi Vix, que a prefeitura está desenvolvendo.

Os permissionários dos serviços de táxi em Vitória foram convocados para reuniões para tratar do assunto em abril. O processo de instalação foi iniciado em maio, a partir de senhas de atendimento para os permissionários, e foi finalizado nessa sexta-feira (4). Quem não se adequar pode ter a licença cassada.

No último dia 19 de março, Pazolini e sua vice, Cris Samorini, fizeram uma publicação nas redes sociais destacando a elaboração do novo aplicativo. Em nota para Século Diário, a Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória (Setran) defendeu que o “aplicativo garantirá transparência, pois o passageiro paga o valor definido pelo taxímetro ao final da corrida, o que será possível graças à integração entre o taxímetro e a plataforma do aplicativo, utilizando o Integrador de Inteligência Artificial (IA)”.

Ainda de acordo com a secretaria, “o Táxi Vix vai oferecer mais comodidade, segurança e praticidade aos taxistas. E os usuários poderão solicitar corridas de maneira prática, sem precisar procurar táxi, economizando tempo e sem dificuldade, além de saberem de maneira precisa qual será o valor da corrida ao solicitar o serviço. O aplicativo oferecerá aos motoristas uma ferramenta moderna e eficiente, ajudando os profissionais a competir com os outros serviços de transporte individual de passageiros ofertados na capital. A tecnologia melhorará os serviços e a motivação aos taxistas, que poderão, inclusive, negociar o preço das corridas”.

A empresa responsável pela elaboração do aplicativo foi a Taksim Inteligência em Mobilidade Urbana LTDA, que venceu processo licitatório. O seu retorno financeiro se dará por meio da retenção de 10,95% do valor das corridas. Já a responsável pelos desacopladores é a empresa SKBR Mobility Soluções em Mobilidade LTDA, que foi contratada por dispensa de licitação. Ela está fornecendo 600 aparelhos, ao custo de R$ 540,9 mil.

Entretanto, Harley dos Santos Ribeiro, diretor da Frente Nacional do Táxi (Frennataxi), coloca objeções aos procedimentos da prefeitura. Segundo ele, não há necessidade de acoplar o celular ao taxímetro. “Eu trabalho ou já trabalhei com todos aplicativos, com exceção da Uber, e nenhum tem esse equipamento misterioso”, comenta.

Ele aponta ainda para a falta de segurança com o uso dos dados capturados por terceiros, e também reclama da porcentagem para a empresa desenvolvedora. Harley lembra, também, que taxistas de São Paulo ganharam na Justiça o direito de não usar o desacoplador. A empresa responsável pelo aplicativo de São Paulo é a mesma de Vitória. “Eles estão com esses desacopladores parados e (doidos) com a intenção de desovar em alguma cidade”, critica.

‘Sem custo’

Em nota, a Setran afimou que os taxistas precisam fazer a instalação do integrador de Inteligência Artificial (IA) para que o aplicativo funcione de maneira adequada e sem custo algum aos profissionais. A secretaria garantiu, ainda, que “não haverá cobrança de valores aos taxistas, mas uma taxa que será retida em cada corrida para a empresa que desenvolveu o aplicativo e que dará suporte e assistência ao sistema”

Além disso, a Setran defendeu que a contratação ocorreu seguindo os trâmites legais e que a empresa vencedora demonstrou ter a capacidade de desenvolver, instalar e dar suporte aos taxistas, com o acompanhamento e a supervisão do município.

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