
O adesivo preto com a inscrição #NãoMeRepresentam colado no peito de muitos estudantes do campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) pode ser um bom indício da participação discente na votação para reitor. O processo começou às 7h desta terça-feira (22) e segue até as 21h. A apuração acontece nesta quarta-feira (23).
Disputam o cargo o atual reitor Reinaldo Centoducatte (Chapa 3), a diretora do Centro de Ciências da Saúde, no campus de Maruípe, Gláucia Rodrigues Abreu (Chapa 1), e o professor do Centro Tecnológico, em Goiabeiras, Marcel Olivier (Chapa 2). São 31.539 eleitores aptos a votar entre estudantes, servidores e professores nos campi de Goiabeiras, Maruípe, Alegre e São Mateus.
Este pleito carrega a novidade da paridade de votos, que suscita a expectativa de participação estudantil mais expressiva em comparação aos processos anteriores, cuja metodologia lhes reservava um peso menor. Mas, ainda assim, nenhum candidato apresentou propostas satisfatórias para os estudantes.

A cinco horas do fechamento das urnas, a média de participação em todas as seções girou em torno de 10 a 15% – cada uma registra entre 800 e 900 estudantes. Apenas uma seção, no Centro Tecnológico (que abriga as engenharias), registrou votação de 30% dos alunos. Cursos de postura tradicionalmente mais crítica, como Ciências Sociais, pode ter registrado número significativo de votos nulos.
Já a votação de servidores e professores pode ter sido expressiva, como de hábito. De resto, havia pouca gente com adesivos na camisa. A maior parte era da Chapa 3 e, em menor escala, da Chapa 1.
O melhor resumo desta história toda partiu de um estudante negro com uma camisa escrito “Ufes” em letras garrafais e, acima, o adesivo preto com a taxativa hashtag. “Você vê que em nenhum dos jornais dos candidatos há a palavra ‘cotista’. É uma questão que é silenciada mesmo”.