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A arte imita a vida (?)

Peço licença aos leitores para utilizar a popularidade atual da novela “Global” – Amor à Vida, utilizando cenas que foram ao ar dias atrás, apresentando diálogos entre os personagens Márcia e Félix, que retrataram alguns comportamentos de consumo comuns no cotidiano de milhares de brasileiros.
 
Ao responder a Márcia que quando era rico jogava suas moedas fora para não atrapalhá-lo, Félix recebeu a sábia resposta que, se ele tivesse guardado todas essas moedas estaria com uma reserva financeira agora.
 
Quando as moedas não são desprezadas, como fazia o Félix, elas geralmente ficam imobilizadas em milhares de cofrinhos espalhados entre as famílias. A atitude de juntar, de acumular as moedas para depois trocá-las em notas é louvável. Chamamos a atenção para o custo final dessa atitude. As moedas que ficam retidas durante longo período nos cofrinhos, saindo de circulação, comprometem o troco do comércio fazendo com o que a Casa da Moeda do Brasil tenha que produzir novas moedas a um custo, às vezes, maior do que o valor da própria moeda. Saibam que, anualmente, 5% das moedas saem de circulação no Brasil, impondo a necessidade de serem repostas.
 
Vale lembrar que o cofrinho é um símbolo de educação financeira, mas deve ser “esvaziado” periodicamente e transferido para uma outra forma de investimento/reserva.
 
Em outra cena a Márcia fala ao Félix que está com o nome sujo na praça e que precisa recuperá-lo rápido. Ele lhe questiona o motivo. Ela afirma que o Natal está chegando e com ele a “necessidade” dela comprar presentes e que para comprar, ela precisa recuperar o acesso ao crédito. Cenas da vida real onde o comportamento de consumo descontrolado se repete.
 
Recebemos duas notícias recentes da CNC- Confederação Nacional do Comércio, a positiva é que no mês de novembro o percentual de famílias brasileiras inadimplentes caiu 0,4% comparado ao mês de outubro. A notícia negativa é que no mesmo período, subiu 1,1% o percentual de famílias endividadas, totalizando 63,2%.
 
Quantos brasileiros inadimplentes, inspirados nas festas natalinas procuram “limpar o nome” nesse período do ano, para recuperarem o acesso ao crédito, intencionados em fazerem suas compras, mas repetem a falta de um planejamento e compram mesmo sem margem para isso, assim como o personagem Márcia.
 
“Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência” ou será – “baseado em fatos reais”?
 

Ivana Medeiros Zon, Assistente Social, especialista em Saúde da Família e em Saúde Pública,Educadora Financeira, membro da ABEF – Associação Brasileira de Educação Financeira, palestrante, consultora, colunista do Portal EduFin www.edufin.com.br 

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