A democracia de volta
O governador Renato Casagrande foi o responsável pela volta da democracia às eleições capixabas, reintroduzido-a na disputa municipal que chega ao segundo turno em Vitória, Vila Velha e Cariacica, dando fim aos processos eleitorais arbitrários do período em que Paulo Hartung (PMDB) esteve à frente do governo.
Diferente do seu antecessor, Casagrande conseguiu equilibrar as forças políticas de tal maneira que elas tiveram desempenhos inerentes à própria capacidade eleitoral de cada uma. Fez até com que o ex-governador Paulo Hartung corresse atrás de eleitor para eleger os seus candidatos. Tornando-se, inclusive, o exemplo vai evidente do retorno do processo democrático. Elegeu alguns prefeitos e foi derrotado naqueles em que o seu DNA era mais evidente, a exemplo de Guerino Zanon (PMDB) em Linhares (norte do Estado). Por outro lado, tornou-se fiador do seu desastrado secretário de Segurança, Rodney Miranda (DEM), candidato a prefeito em Vila Velha.
Em síntese: Hartung ficou do tamanho que realmente é no cenário político do Estado. Diferente de quando governador, que de cima de um esquema ditatorial, apontava os vencedores antes mesmo de se conhecer o resultado das urnas.
Com Casagrande, a eleição fluiu conforme a condição eleitoral de cada um. Pode ter errado por excesso de zelo, mas não discriminou sequer o adversário de antes, como o caso de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), candidato a prefeito em Vitória, que concorreu com ele ao governo do Estado.
A democracia no atual pleito puniu a artificialidade, como não poderia deixar de ser, caso do PMDB que o ex-governador Paulo Hartung praticamente tomou de assalto, entregando-o ao controle do seu lugar-tenente, o deputado federal Lelo Coimbra. Ficou menor que era quando não o tinha em seus quadros.
Nesse processo capixaba, a democracia trouxe uma espécie de normalidade para as relações políticas e partidária: o fim do medo do ex-governador. Da sua tal geopolítica, que nada mais era do que punir os políticos segundo as suas conveniências de poder.
Com Casagrande, não há razões para medo. A tirania não reside mais no Palácio Anchieta.
Rogério Medeiros passa a escrever neste espaço às segundas-feira. Os demais dias da semana são reservados à colunista Renata Oliveira
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