Desde a troca do PSDB pelo PPS formalizada pelo ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas, seguida da criação do “PSDB Autêntico”, liderado pelo prefeito de Vila Velha, Max Filho, começou a ser formado um novo e robusto grupo político nas articulações visando à sucessão estadual em 2018.
Em consequência, míngua o círculo em torno do governador Paulo Hartung, que terá que se articular com seu partido, o MDB, dividido, e um PSDB esfacelado e em vias de ficar cada vez menor. E os partidos nanicos.
Para agravar o cenário, o PSDB estadual terá que enfrentar um cenário ainda mais confuso com as coligações feitas em nível nacional, que levam o partido para campos opostos às articulações nos estados.
É com o objetivo de analisar o quadro local que o presidente nacional do partido, o governador paulista Geraldo Alckmin, desembarca no Espírito Santo ainda neste mês, na tentativa de fortalecer sua candidatura presidencial, até agora com dificuldade de decolar.
Com Luiz Paulo fora e o prefeito de Vila Velha com os dois pés em oura sigla, o PSDB no Espírito Santo fica capenga.
Em contrapartida, ganham o PSB do ex-governador Renato Casagrande, o PPS do prefeito Luciano Rezende, o PT, e o Podemos, provável destino de Max Filho.
Um grupo forte e com potencial eleitoral já testado nas urnas, que ameaça o projeto de sucessão do governador Paulo Hartung.
Tanto é assim que, como político experiente que é, Hartung fixou na gestão de Renato Casagrande boa parte de suas críticas na prestação de contas que fez quarta-feira(28) na Assembleia Legislativa.
Tenta atingir o grupo, via o ex-governador, porque não encontra argumentação justificável contra os outros integrantes, em especial os estreantes na política.
Para Hartung, o cenário das articulações fica cada vez mais reduzido. Isso não quer dizer, no entanto, uma previsão de derrota.
Há que ser considerado que ele mantém o controle da máquina pública e detém recursos financeiros disponíveis para pagar emendas parlamentares e agraciar os municípios.
De outro lado, deve ser levado em conta, também, a imprevisibilidade neste cenário de crise em que vive o País, que amplia a falta de confiança do eleitor na classe política, que poderá resultar em situações surpreendentes.