Com o preço do petróleo abaixo de 30 dólares e a ação preferencial da Petrobras em torno de 5 dólares, estou pensando em pedir dinheiro emprestado ao Banco Central para investir nessas pechinchas.
Se eu que sou um pelado me atrevo a pensar nesses termos, pergunto o que faz a economista Dilma Rousseff que não manda comprar BR PN urgente,
antes que os aventureiros o façam.
Nessa hora estranha em que a joia da coroa está no chão, subavaliada por uma conspiração global, tenho me lembrado do livro O Que Sabe V. Sobre Petróleo, de Gondin da Fonseca.
Era um panfleto de mais de 300 páginas. Foi lançado no Rio em 1955. Fazia parte da campanha d'O Petróleo É Nosso, que garantiu a posse da Petrobras pelo Estado brasleiro.
Gondin da Fonseca era um jornalista nacionalista que ajudou a cavar a trincheira da defesa do monopólio estatal do petróleo. Ele se referia às petroleiras internacionais (Esso, Shell, British Petroleum. Texaco, Atlantic) como trustes que agiam para dominar jazidas e mercados.
Depois, no início dos anos 1970, apareceu no Brasil o livro “Os Trustes Petrolíferos e os Países Subdesenvolvidos”, de Michael Tanzer. Ele denunciava o mesmo quadro: as petroleiras globais atuando em conjunto para dominar os países detentores de grandes jazidas.
A situação mudou bastante de lá para cá: os países árabes se organizaram para tirar proveito de suas jazidas, os países ricos liderados pelos EUA provocaram guerras para controlar territórios ricos em petróleo e alguns países subdesenvolvidos, como o Mexico, o Equador e a Venezuela, além de alguns africanos, descobriram petróleo em grande quantidade.
A grande diferença surgida no século XXI foi o petróleo do pré-sal brasileiro. Grandes volumes em altas profundidades. Em paralelo, a Petrobras se tornou a maior exploradora de petróleo em águas profundas.
E aqui estamos nós vendo a maor empresa brasileira valendo quase nada em termos acionários, o que oferece um retrato distorcido da realidade. Evidentemente, a Petrobras vale muito mais do que consta nos mapas de cotações da bolsa.
Mas se o governo não abrir o olho e não fincar pé na defesa do patrimônio nacional, corremos o risco de vermos entregue o último bastão do nacionalismo.
Atenção aos polvos petroleiros no mar territorial brasileiro.