O PT capixaba vive um paradoxo muito grande para o processo eleitoral de 2014. Ocupa espaços privilegiados com dois secretários e a vice-governadoria. Tem uma senadora, uma deputada federal e cinco deputados estaduais. Mas quando o assunto é a eleição do próximo ano, a condição do partido não corresponde ao seu tamanho.
As principais lideranças do Estado fazem seus movimentos, distribuindo as vagas e reservando ao PT o papel secundário. Casagrande tenta reconstruir o palanque de 2010 e oferece a vaga no Senado ao PMDB, para manter o ex-governador Paulo Hartung no grupo. Para o PT, sobraria a vice. Hartung faz um movimento com o PMDB em que o partido fica com o governo e o Senado, o PT novamente ocuparia a vice.
Nos dois casos o partido não ganha nada, porque continuaria com a posição que estava em 2010. A direção do PT no Estado não fala nada e como quem cala consente, deixa claro que para o partido esse arranjo é aceito na cúpula atual do PT capixaba.
Levando essa discussão para dentro da eleição do PT, observa-se que se o grupo do prefeito João Coser vencer a disputa manterá o mesmo sistema, já que grupo que hoje comanda o partido no Estado é ligado a ele. Por isso, não dá para acreditar que ele leve adiante o projeto de disputar o Senado. Até porque no mercado político o nome de Coser não parece ser favorito à disputa pela única vaga em aberto para o Senado no ano que vem.
Por outro lado, não dá para o PT buscar uma acomodação melhor do que essa por culpa justamente desse arranjo por espaço nos últimos 10 anos. O partido não preparou um nome que pudesse se credenciar a encabeçar uma candidatura majoritária, muito pelo contrário, o partido que ganhou uma vaga ao Senado em 2010 fez questão de apagar o trabalho de sua senadora Ana Rita. Agora, terá que aceitar as decisões que os parceiros estão tomando pelo partido. Vai ter que ficar a reboque de um dos projetos na disputa do governo. O sonho de voltar a ser protagonista ficará para as eleições 2018.
Fragmentos:
1 – Na Câmara dos Deputados segue a discussão sobre a reforma política. Mas se depender da bancada capixaba, nada de financiamento público de campanha. Como só o PT e o PCdoB apoiam o movimento puxado pela OAB nacional, só a deputada Iriny Lopes deve votar a favor.
2 – E por falar em Iriny Lopes, será a deputada federal quem representará a Articulação de Esquerda nos debates das chapas candidatas à direção do PT no Processo de Eleição Direta (PED).
3 – O PMDB se reúne para discutir eleição, mas Ricardo Ferraço, mas para imprensa diz que é cedo para discutir o assunto. Então, qual o objetivo do encontro?