No próximo dia 30 de agosto é o dia nacional em defesa da pauta dos trabalhadores. Mas curiosamente, quem vem convocando os trabalhadores para a rua não é o movimento sindical e sim esse movimento social que tomou as ruas desde o final do primeiro semestre deste ano.
Em julho passado, o Movimento Sindical tentou dar uma demonstração de força convocando uma grande manifestação, com uma paralisação de todos os setores, mas como não havia transporte, porque ele também aderiu à paralisação, não houve aglomeração de trabalhadores e o movimento se transformou em um grande fiasco.
Agora novamente o movimento sindical mergulha a cabeça em um buraco, como avestruz, e deixa de cumprir sua função de encabeçar as convocatórias para o Dia Nacional de Luta e para o Grito dos Excluídos, que acontecerá no próximo 7 de Setembro.
Esse descompasso do movimento sindical com a pauta da rua é mais um reflexos de tudo aquilo que a coluna vem alertando neste espaço há muito tempo. Nem mesmo o PT, que é o partido que surgiu em meio às demandas da classe trabalhadora, chamando para o debate, consegue atrair a atenção do movimento. O que está faltando então?
A verdade é que mergulhados nos interesses próprios, os diretores de muitos sindicatos e das centrais se focam apenas na manutenção do poder e esquecem suas funções mobilizadoras. Assim abrem espaço para que outros movimentos ocupem essas lacunas, tomando das mãos do movimento as rédeas dessa articulação.
Enquanto os movimentos sociais crescem e se articulam, o movimento sindical míngua, perde representatividade e deixa de cumprir não só sua função mobilizadora, mas também política. O resultado disso é o desempenho dos políticos oriundos do movimento.
A gente vê os quadros políticos que têm origem no movimento sindical e que não acrescentam nada ao movimento. É hora de o trabalhador entender que essa representação deve ser completa e não apenas cartorial. O movimento sindical deve gerar políticas que acrescentem substância à disputa de classe em favor do trabalhador.
É hora de acordar!