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Adversário a ser batido

O DEM criou coragem e encomendou uma pesquisa ao Instituto GPP para conhecer à quantas anda a imagem dos partidos junto ao eleitorado. Não tinha dúvida que o resultado seria ruim. Mas as lideranças do partido se surpreenderam com o que viram. A coluna da jornalista Mônica Bergamo (Folha de S. Paulo) desta quinta-feira (28), com base na pesquisa, apontou que o DEM foi rejeitado por 60% dos entrevistados. Praticamente, o mesmo índice do PT, que chegou a 62% de rejeição. 
 
Mas se as imagens do PT e DEM estão na lona, PSDB e PMDB experimentaram resultados ainda mais impressionantes. A rejeição dos dois partidos está na casa dos 75% e a aprovação não passa de 13%. 
 
A pesquisa do Instituto GPP confirma a crise da democracia representativa que foi corroída pelos seguidos escândalos de corrupção que parecem não ter fim. O que leva a crer que a rejeição do eleitor será o principal adversário dos políticos em 2018. 
 
A eleição de 2016 já havia apontado a repulsa do eleitorado aos chamados políticos tradicionais, revelando a tendência pelos “apolíticos”. João Dória (PSDB) talvez seja o produto mais evidente dessa tendência. Com esse apelo, o tucano bateu três ex-prefeitos — Fernando Haddad (PT), Marta Suplicy (PMDB) e Luiza Erundina (PSol) — e liquidou a fatura no primeiro turno das eleições para prefeito de São Paulo com mais de 53% dos votos válidos.
 
O resultado da pesquisa e o desempenho de candidatos com o perfil de Dória convenceram o DEM a partir para uma “depuração” de imagem. Como já fizeram outros partidos, a legenda do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já decidiu que o DEM será “rebatizado”. Estão discutindo se o partido vai passar a se chamar Mude, Centro ou Centro Democrático. 
 
A visão das lideranças do DEM explica porque os partidos estão em baixa. Isso quer dizer que o DEM encomendou uma pesquisa nacional e após confirmar o óbvio concluiu que a melhor solução é mudar o nome do partido, como já fizeram Podemos, Avante e Livres, que atendiam, até pouco tempo, respectivamente, por PTN, PTdoB e PSL. Há ainda o PEN, que pensa em virar Patriotas e o PMDB, que cogita tirar o P da frente. 
 
Aliás, em comum, todas essas agremiações tentam se livrar do “maldito” P de partido. É incrível como os políticos continuam subestimando o eleitor. Acham que a simples mudança do nome purificará as legendas, dando um verniz de renovação aos partidos.
 
Ante a crise de imagem, os dirigentes partidários apostam que dar conotação de “movimento” às agremiações é a solução de todos os problemas. Algumas especialistas em mercado lembram que a lógica segue a mesma das empresas, que muitas vezes mudam estrategicamente o nome de algum produto para “reinventá-lo” ou porque enfrentam problemas de desgaste com seus clientes.
 
É preciso ponderar, porém, que partidos não são empresa ou produtos. Quando abre mão de seu nome, é como se partido estivesse jogando fora toda a sua história. Um passo para perder de vez a identidade e o restinho de dignidade que ainda podiam tentar salvar.

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