Ainda ele
Mesmo sem disputar qualquer cargo este ano, o senador Magno Malta (PR) já computa uma vitória. Independentemente do resultado das urnas, mais uma vez, ele ganhou um canal para reforçar sua imagem com o eleitorado.
Na tentativa de diminuir o capital dos candidatos coligados com o PR, deram a Malta um destaque que nenhum senador tem no Espírito Santo, aliás, nenhuma liderança.
Só para se ter uma ideia, o reaparecimento do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) no programa do tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas não teve a mesma atenção da imprensa. Mexeu mais no cenário as polêmicas de bastidores causadas pela ausência do senador nos palanques municipais.
Outro senador que está atuando na disputa é Ricardo Ferraço (PMDB). Não causou polêmica, não teve questionamentos da mídia, mas qual foi a projeção que ele ganhou nessa campanha? O mercado deu a Malta um tamanho que talvez ele não tenha.
Está se criando um cenário em que Malta, mesmo não tendo se colocado na disputa, dispute a eleição estadual. Mas Ricardo Ferraço também é um candidato em potencial, poderia ter criado, agora, condições para se credenciar. Atuando como coadjuvante nos palanques, porém, não saiu exatamente do tamanho que se esperava.
A expectativa de desgastar Magno Malta não funcionou, até porque o caminho utilizado não foi correto. O eleitorado do senador não identifica nele a pecha de corrupção, que tentaram lhe imputar. Não vai ser por aí. Enfrentar suas ideias conservadoras não seria uma boa ideia diante da necessidade de captação de votos e isso ele tem muito.
Magno Malta, apesar de ser o presidente de um partido, não tem uma desenvoltura nos meios políticos que garanta uma articulação forte. Ricardo Ferraço, antes de ser tirado da disputa ao governo do Estado, tinha o contrário, boa articulação política, falta-lhe popularidade. Na disputa ao Senado, Ricardo Ferraço posou ao lado de Malta e conseguiu unir as duas coisas. Depois de uma campanha eleitoral em que figurou como personagem principal, Magno Malta saiu fortalecido e vai influir na eleição de 2014.
A coluna aposta que isso fortalece, na verdade, o governador Renato Casagrande, que não cometeu o erro de subestimar o poder de fogo do senador e não o colocou na cota de inimigo.
Fragmentos:
1 – Os candidatos a prefeito evitam Magno Malta (PR) no palanque não porque acham que vão perder votos, mas porque temem o julgamento de uma parte da imprensa que rejeita o senador.
2 – É que a classe política ainda acha que essa parte da imprensa é a grande influenciadora da população. É melhor circular pelas ruas e acompanhar as redes sociais, porque a coisa está mudando. Quer agradar o eleitor, agrade o eleitor, diretamente.
3 – Atenção candidatos: o passado passou. O eleitor não quer saber o que você fez e sim o que vai fazer.
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