Não é por puro preconceito ou ignorância que parte da classe política quer retirar dos Planos Municipais de Educação a discussão sobre a ideologia de gênero. Por si só, já seria grave. Quem se diz representante do povo e por ele foi eleito, não deve defender apenas uma parcela da população, afinal, na hora de buscar votos eles não olham a cor dos olhos do eleitor, nem a cor da pele e, muito menos, a orientação sexual.
Mas todos têm suas bases preferenciais, onde conseguem coletar mais votos, e a quem acreditam que devem atender aos desejos, mesmo que isso signifique retroceder no desenvolvimento humano e nos direitos sociais. É estranho viver em uma época que em os legisladores, em vez de ampliar os direitos da população, estão retirando.
É claro que isso tem muito de preconceito, mas não é só isso. Com o processo eleitoral às portas e a aversão da sociedade à classe política, é preciso mostrar que está antenado com os interesses da sociedade. Mas o que causa indignação é a miopia.
Qual a discussão desses defensores da família em relação ao Plano de Educação, seja o nacional, o estadual ou o municipal? Por que só um item do plano que vai cuidar da educação, uma área tão cara à população, nos próximos 10 anos, chamou a atenção?
Qual a pedagogia utilizada no plano? Quais as opiniões dos nobres parlamentares e edis em relação às demais estratégias dos planos? Como fica a estrutura das escolas? As unidades dos municípios estão adequadas ao que estabelece o PME? No resto está tudo certo? Ou será que não há competência, conhecimento da área, para discutir os demais itens? O isso não interessa?
Os legisladores que tomam essa atitude parecem aqueles juízes de futebol que apitam sem ver o que aconteceu, pelo grito do jogador. Ganha a falta quem grita mais alto. Diante dessas posturas, parece que a educação é coisa séria demais para ficar nas mãos de quem barganha com o voto.
Fragmentos:
1 – O bom e velho, aliás, bem velho discurso do “não dar o peixe e ensinar a pescar” voltou à Assembleia nessa quarta-feira, na defesa da qualificação profissional. Isso aumenta o número de vagas, deputados?
2 – Os deputados Evair de Melo (PV), Paulo Foletto (PSB) e Jorge Silva (Pros) mudaram suas posições sobre a redução da maioridade penal e agora têm de lidar com as consequências disso nas redes sociais.
3 – Diante dos casos de violência contra a mulher registrados em Cariacia, haverá um ato público, na avenida Expedido Garcia, neste domingo (5), a partir das 10 horas.