
Finalmente o governo Renato Casagrande limpou a área de um dos principais cargos da gestão atual, a presidência da Cesan, até então ocupada pelo hartunguete de carteirinha Paulo Ruy Carnelli. Embora haja um esforço de passar para a população que a saída tenha ocorrido por “motivos pessoais”, não é isso que circula nos bastidores. Paulo Ruy foi convidado a se retirar pelo governador e até tentou permanecer no posto, numa condição de ficar “em cima do muro” na disputa eleitoral, o que não foi aceito. Já tem tempo que a permanência de Paulo Ruy incomodava lideranças da seara de Casagrande. Primeiro, por suas relações com Paulo Hartung (PMDB) serem pra lá de conhecidas – até laranja do ex-governador ele já foi. Segundo, pelo fato do o cargo de presidente da Cesan permitir que ele visite áreas políticas do Estado, atuando como cabo eleitoral de Hartung. O passo é importante, mas ainda fica a dúvida: tanta gentileza de Casagrande cabe para o momento? A canetada produziria outro efeito.
Substituta
Quem assumirá o lugar de Paulo Ruy é Sandra Sily, engenheira civil e funcionária da Cesan há 28 anos. Ela é diretora de Operação Metropolitana da Companhia e chegou a assumir a presidência interinamente, no período entre a saída de Neivaldo Bragato, outro hartunguetes, e a posse de Paulo Ruy.
Filho único
Dos principais nomes do núcleo duro de Hartung na gestão atual, sobrou apenas o secretário de Estado de Segurança, André Garcia, ligado ao prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), afilhado político do ex-governador. Mas no caso de Garcia, há divergências de opiniões no grupo de Casagrande. Uns acham que ele deve sair, outros não.
Contraditório
No entanto, para o discurso que Casagrande começa a emplacar sobre a situação que seu antecessor deixou na área de segurança, manter Garcia no cargo é manobra de risco. Como explicar a permanência do secretário que responde pelos elevados índices de homicídios no Estado?
Comissão de frente
Já saíram do governo Ângela Silvares (Controle e Transparência), cunhada de Hartung; Anselmo Tozi (Cesan), candidato a deputado estadual; Robson Leite (Governo e depois Planejamento), e Bragato (Cesan). Fora os ocupantes de cargos menores. Todos exonerados a pedido.
Não tem a marca
Há quem ache, também, que o presidente do Banestes, Guilherme Dias, é parte desse grupo de elite de Hartung. Mas Dias é considerado um quadro técnico, que não tem a marca hartunguete. Economista, funcionário de carreira do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ex- ministro do Planejamento no governo FHC.
Tem a marca
Ao contrário de quem ele sucedeu na presidência do Banestes: Bruno Negris, esse sim, hartunguete.
Lá e cá
Pressão no governo, pressão também nas prefeituras. O secretário de Serviços de Vitória, Alex Mariano, é outro convidado a se retirar. Filiado ao PP, pertence ao grupo do ex-deputado estadual Nilton Baiano, que apoia Hartung. O outro grupo, liderado por Marcus Vicente, está com Casagrande.
Desperdício
O nome do PT ao governo do Estado, Roberto Carlos, terá quatro minutos de tempo de TV. Para uma candidatura normal, seria de bom tamanho. Para uma candidatura-tampão, dá e sobra.
140 toques
“Parabéns a todas as mulheres negras da América Latina e Caribe. Celebramos hoje o dia dessas guerreiras”. (Deputada federal Iriny Lopes – PT – no Twitter).
PENSAMENTO:
“Na palavra de nenhum mestre estou obrigado a acreditar”. Horácio