Quando Paulo Hartung cercou o prefeito de Vila Velha, Max Filho (PSDB), para que ele não encontrasse um partido capaz de conduzir sua candidatura ao governo, talvez tenha pensado em ter eliminado o único político que realmente lhe bata para valer. O que seria um grande tento, pois tanto o ex-governador Renato Casagrande (PSB) quanto a senadora Rose de Freitas (Podemos) não são de bater em ninguém e, muito menos, em PH. Entretanto, a situação hoje é outra. PH está extremamente desgastado e necessitando de novas estratégias para a sua reeleição.
Está, por isso, fazendo mil ginásticas com dinheiro público e alianças que não faria no passado, quando era o dono do jogo. Como exemplo, cito o deputado federal Evair de Melo (PP), que estava afogado para se reeleger, e recebeu o Departamento de Estrada de Rodagem (DER) como apoio fundamental, tendo, inclusive, o diretor-geral, Enio Bergoli, como uma espécie de chefe de campanha. O DER é uma potência eleitoral. PH não está brincando em serviço. Outros casos semelhantes estão ocorrendo para revitalizar sua participação na disputa.
A situação está tão difícil, que PH almejou fazer uma dobradinha com os senadores Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PSDB), o que seria de bom tamanho, pois representaria uma grande potência eleitoral a serviço da sua candidatura.
Mas quem segura o Magno? Toda eleição inventa uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado com temas de apelo popular, como esta dos Maus Tratos, e ganha manchete local e nacional, aquecendo assim sua candidatura no Espírito Santo.
A meu ver, Magno apoiando PH seria, sobretudo para Casagrande e Rose, um grande risco. Entretanto, ao contrário do que pretende PH, o senador virou oposicionista a ele. Oposição clara. Quem tem cheiro de voto, como Magno, sabe muito bem onde amarrar o seu cavalo. Será que é atrelado ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ), como anda dizendo a mídia? Para mim, não. Acredito que Magno é candidato à reeleição.
Ainda cabe outro registro interessante sobre o senador. Ele é tão sabido, que jamais disputará uma eleição para governador. No Palácio Anchieta não tem estas cascatas que Magno está acostumado a montar. Não tem firula. Tem de dar conta, dar respostas. Este trabalho ele não quer.
À medida que as articulações avançam, fica mais do que claro que PH tem de se valer deste varejo de doar um pedaço de poder para fulano, outro para sicrano, para ganhar a disputa. Tem ainda de torcer para que Magno não leve ao extremo a sua nova faceta oposicionista e considere um bom negócio essa tal dobradinha.
Quem diria que um político de fora (Magno é baiano) e que um dia aportou no Estado, possa vir a ser fator decisivo na eleição capixaba deste ano.