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Bandeira da paz

O governador eleito Paulo Hartung (PMDB) tem cumprido agendas de campanha do segundo turno em favor do presidenciável tucano Aécio Neves. O apoio não prevê caminhadas e carreatas. Depois de mais de dois meses de campanha intensa, chega de rua. Mas Hartung tem participado de comícios, assistiu em loco ao debate da TV Record, em São Paulo, participou de eventos fechados aqui e em Brasília de apoio ao tucano. Está estendendo sua bandeira da paz, sabendo que governar sem o apoio do governo federal será difícil.
 
Isso porque Aécio Neves anda com Hartung atravessado na garganta. Teria ficado furioso com a atitude do peemedebista no primeiro turno. Assim que Marina Silva (PSB) assumiu a dianteira das pesquisas à frente de Aécio, ele abandonou o tucano e iniciou um movimento de aproximação com o PT de Dilma Rousseff, pensando em garantir um lugar em um dos palanques caso houvesse segundo turno no Estado. Como Marina Silva estava com Renato Casagrande, ele precisaria de um espaço.
 
Mas o primeiro turno passou, Marina Silva ficou pelo caminho e quem disputa a segunda fase das eleições com Dilma é Aécio Neves, em uma disputa que promete ser pra lá de acirrada com a petista, em que tudo pode acontecer. E o que acontecer, neste momento, para Hartung, não é bom.
 
Ele teceu uma série de críticas a Renato Casagrande, esquecendo-se que está paradinha no Supremo Tribunal de Justiça (STF) a discussão do marco regulatório do Pré-sal. Como assinalou a coluna dessa quarta-feira (22), o eterno chororô capixaba do preconceito do Brasil com o Estado, não colou no Congresso Nacional e os demais entes federados querem uma fatia no bolo. Por sorte, o Rio de Janeiro tinha os mesmos interesses que o Espírito Santo. Aliás, foi graças a um deputado federal fluminense, que o Estado conseguiu barrar as perdas dos recursos do Pré-Sal.
 
Se Dilma vencer, Hartung vai poder continuar seu chororô de complexo de inferioridade, agravando ainda mais a situação com governo federal, que não vai ficar dando ouvidos para quem quer ganhar as coisas na conversa, sem projetos e com interesses que passam bem longe do interesse nacional. 
 
Se Aécio vencer, dificilmente vai entrar em conflito com outros estados do Brasil para beneficiar um amigo que largou sua mão no momento mais crítico de sua campanha. E aí Hartung não vai poder reclamar.Afinal ele foi parceiro do projeto. Mas, de qualquer forma, cabe a ele estender o cachimbo da paz para Aécio e tentar reatar os laços que sempre os aproximaram. 
 
Outra coisa. Essa história de que Minas Gerais e Espírito Santo são vizinhos e parceiros não cola. Uma vez no governo central, Aécio terá interesses bem diferentes e pressões ainda mais. Além disso, que interesse terá o presidente tucano, se eleito, em privilegiar seu estado natal em que, parece, será derrotado, e seu pequenino vizinho?
 
Fragmentos:
 
1 – Os adversários de José Carlos Elias (PTB) comemoraram o indeferimento de sua candidatura, mas com o capital de votos (27 mil) que ele mostrou ter, é melhor se cuidarem.
 
2 – O deputado flamenguista Roberto Carlos (PT) não se cansa de implicar com o colega de plenário, o vascaíno Hércules Silveira (PMDB). Nem na hora do discurso sério ele deixa de dar indiretas futebolísticas.
 
3 – Os adesivos de campanha nos carros dizem muito sobre a briga de classes e a disputa baseada no ódio.

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