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Candidatura de araque

No último sábado (25), em um encontro na Serra, houve o pré-lançamento da candidatura de Audifax Barcelos (Rede) ao governo do Estado. Curiosa é a forma de condução deste processo, pois tendo sido colocado como candidato pelos chamados “porta-vozes”, que vêm e dizem: “Audifax é o candidato da Rede”. Audifax, por sua vez, retruca: “Não é bem assim, temos de conversar, estudar, ainda é cedo. O objetivo prioritário é a Serra”. E por aí vai…
 
Uma imitação de Paulo Hartung (PMDB). O que mostra que apesar do aspecto terminal da Era PH, ele ainda continua regendo o pleito eleitoral capixaba, sob a égide de que vai resolver as coisas aos 45 minutos do segundo tempo. Senão, vejamos: PH ora pode ser candidato ao Senado, ora pode ser candidato na área nacional e até admite ser candidato ao governo estadual e produz disfarces como quando diz que o terceiro mandato não devia existir e aponta até nomes capazes de sucedê-lo no governo. São os tais efeitos paralisantes, e os políticos vão comprando essa narrativa.
 
Audifax entrou nessa se colocando como candidato ao governo. A declaração não saiu da boca dele, mas foi assumida pelos chamados porta-vozes da Rede. Mas acredito que o prefeito da Serra não tem capacidade para alçar voo ainda neste pleito. O que aponta para esta contradição é a presença da senadora Rose de Freitas (PMDB) no encontro. Quem a conhece sabe que ela não prega prego sem estopa. Tem mais de 40 anos que tentam jogá-la para fora do palco político do ES e não conseguem, inclusive, PH, que nunca logrou êxito na empreitada de aniquilar Rose. Ela segue cada vez mais viva. Como dizem, bombando.
 
Penso que se Rose foi ao encontro porque sabe que Audifax, na verdade, não é candidato ao governo. Foi lá em busca de captar votos, pois também sabe que nem todos eles são do Audifax. Mais da metade dos presentes ao evento da Rede pertence as grupo de Sérgio Vidigal, seu adversário. Além disso, a senadora sabe que o capital político de Audifax hoje se restringe à Serra e que precisa dele para ganhar o governo. Imagina se Rose iria ao encontro para encher a bola do Audifax.
 
Falando de Rose, ela alavancou sua pretensão ao governo, juntando-se ao ex-governador Renato Casagrande (PSB), mas eu acho que ele já escapuliu, pois também quer a vaga. A fragilidade do PH hoje no governo fez com que Casagrande se motivasse a entrar na disputa pelo Palácio Anchieta. É clara esta pretensão. Não quero dizer que a eleição vá se resolver nessa disputa, pois Rose está aí, viva, correndo atrás de votos, querendo viabilizar coligações .
 
Na cabeça de Rose, Audifax entra ai. É um jogo, uma aliança, que para ele pode lhe gerar frutos futuros e eu acho que é nisso que o prefeito está apostando. Hoje ele é a Rede no ES e a Rede é Audifax. A rigor, ele não tem aliados. Caso não embarque no bote da Rose, vai passar em branco nas próximas eleições. Vai ficar na gafe de ser candidato ao governo, sem poder sê-lo, o que não condiz com sua marca de espertalhão político. 
 
No cenário capixaba é uma figura de vida longa e não vai jogá-la fora em um momento inadequado e ameaçador. O que lhe resta é achar quem possa lhe entregar o governo lá na frente e, para ele, tanto pode ser a Rose quanto PH ou mesmo Renato Casagrande. Acredita que o futuro a ele pertence. Também acho que este moço não veio para ser engolido cedo, veio para ficar.
 
Fora Rose, para que Audifax possa estar presente no processo eleitoral na disputa pelo governo, só lhe resta retomar o namoro que iniciou lá atrás com o deputado Sergio Majeski (PSDB) para levá-lo para a Rede. O deputo seria candidato ao governo. Mas aí são outros quinhentos mil réis, como dizia meu velho pai.

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