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Caos

Os rumos que os movimentos populares dessa quinta-feira (20) tomaram em todo o Brasil são diversificados e é difícil fazer uma previsão sobre o que pode acontecer nos próximos capítulos dessa novela. O momento parece ser de catarse. Por vários motivos a população foi às ruas, em um protesto que nas redes sociais vem sendo tratado como “coxinha”. 
 
Sem um foco e uma liderança, com a confusão de apartidarismo com antipartidarismo, muita gente foi para as ruas pela festa que se prometia, pelo sentimento contagiante que só a rua oferece. Mas do jeito que está o tal gigante pode não conseguir atingir seus objetivos, ainda desconhecidos. 
 
É preciso que o movimento dê um passo à frente, canalize os focos de protesto para pautas claras e objetivas. Uma hora vão ter de sentar à mesa de negociação e é preciso ter o que apresentar. Evidentemente, o que se entende por sistema democrático demonstrou falência e ineficiência no atendimento aos anseios da população. 
 
Se o modelo não atende à sociedade, ela tem todo direito de questioná-lo, mas é preciso apresentar uma alternativa viável. Os episódios de radicalização por alguns grupos podem espantar a massa, que dá volume aos protestos e essa mobilização gigantesca corre o risco de se enfraquecer.
 
Sobre esses episódios violentos cabe uma consideração. Há quem diga que os radicais são vândalos ou bandidos infiltrados entre os manifestantes. Mas, ora, se estão no movimento também são manifestantes. Mas a massa de 100 mil pessoas como a que tomou as ruas de Vitória e de muitas cidades di interior do Estado nessa quinta-feira é marcada justamente pela pluralidade. 
 
A mesma diversidade dos cartazes também pode ser observada para o comportamento dos cidadãos integrantes da manifestação. Havia aqueles que saíram da manifestação e seguiram para o barzinho ou para seus confortáveis apartamentos na Praia do Canto. Mas há também os marginalizados que apenas expressaram por meio do ataque às instituições públicas e a depredação do patrimônio privado a violência com a qual estão acostumados a conviver diariamente. 
 
 
Fragmentos:
 
1 – Durante os protestos dessa quinta-feira (20) sociólogos, filósofos e professores observavam o movimento para tentar entender o que está acontecendo no Brasil.
 
2 – A classe política capixaba preferiu não arriscar e não levou suas bandeiras para o movimento. Mas ao longo do trajeto, políticos à paisana participaram do protesto. 
 
3 – Alguns governantes ainda insistem na questão da tarifa do transporte público dizendo que vão reduzir ou zerar a tarifa. O ritmo é outro e tem gente fora do compasso. 

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